UMA CASTRAÇÃO ANUNCIADA

Às vezes temos esperança na força e veemência da Justiça: é quando os sinais da sua cegueira e imparcialidade se manifestam, como ontem com a enguia Isaltino, ainda que tais sinais sejam demasiado fugidios e frugais, conforme agora se vê, mantendo a célebre regra sem excepção. Logo regressamos à realidade habitual da sua disfunção e desproporção, se há Justiça ela mostra-se castrada com os fortes. Com os fracos, exibe os fartos colhões da coragem extrema. Não foi por acaso que em Portugal se legislou à pressa sob a aflição preventiva de salvar o coiro de quem pôde fazer o que quis, comer como quis enquanto quis. Que era praxis geral, hão-de gritar esses apanhados que se esgueiram sem tardança pela malha grossa do sistema. Pois. Mas esta é a altura certa de mudar radicalmente de praxis, saneando e punindo exemplarmente quem prevaricou, aproveitando o balanço para moralizar Portugal de alto a baixo. Claro que depois adejam manifestações de solidariedade disfuncional e deslocada, o que num País injusto e carcomido por causa das trampolinices socratistas-isaltinistas-felgueiristas-valentinistas, e não incluo Jardim no grupo, deu no que deu.

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