AS COISAS COM QUE O VATICANO PERDE TEMPO

«Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu a casa do cheiro do unguento.» Jo 12, 3
Eu, sinceramente, cada vez compreendo menos o coração político e diplomático da minha Igreja Católica, nestas reacções ao mundanal, sensível ao registo mundanal ao ponto de lhe reagir mundanalmente. Parece que se deixa capturar com a maior das facilidades por qualquer frivolidade e arquitectura promocional bem urdida, caindo em sucessivas armadilhas de ricochete mediático, em sucessivas esparrelas de exposição e relevância do que pura e simplesmente não se situa no mesmo nível de missão, nem no segmento de ocupação nem sequer na preocupação ou escopo profundos. Armadilhas, emboscadas: seja do José Rodrigues dos Santos com as suas leituras e escrevinhamentos apócrifos 'iluminadíssimos', seja de uma Companhia perita em obter justamente toda a atenção que lhe for possível, cada cavadela, cada minhoca. Agora que o Vaticano nos anuncia ir perder o seu precioso tempo e o seu precioso dinheiro para proceder legalmente a fim de evitar [evitar?????] a publicação da imagem do Papa Bento XVI a beijar o grande imã da mesquita Al-Azhar do Cairo, Mohammed Ahmed al-Tayeb, o melhor a fazer seria precisamente nem sequer comentar ou gerar mais notícias a propósito dessa campanha possível Beijos Impossíveis da Benetton. Estou para compreender de que modo é que a Benetton interferiu com a diplomacia vaticana antes de ter interferido com o nosso sentido de humor, com a nossa indiferença, com o nosso calo empedernido ao publicitário, após anos de cartazes, spots, movies, ideias 'inovadoras' e slogans ainda mais inovadores antes de se gastarem, romperem, passarem de moda e de tudo.  

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