UM COELHINHO SOB ESTERÓIDES
«Eu sei que as sondagens ainda aconselham uma certa prudência. Mas há sinais no ar, um burburinho de fim de festa que é música para os meus ouvidos. São os paquistaneses recrutados à pressa no Martim Moniz para encher recintos no Alentejo. São os protestos de populares que se ouvem à passagem da comitiva socialista. São as fugas de informação oriundas das instituições do Estado (caso dos mails da Casa da Moeda). E são sobretudo os barões do PS, como António Costa ou Francisco Assis, a lançar pontes para o futuro em declarações televisivas, assumindo publicamente que afinal há vida para além de Sócrates. Mais do que isso: se tantos jornalistas não estivessem ainda presos ao mito de José Sócrates, o grande comunicador, há muito que o país inteiro teria percebido que tudo aquilo que ele neste momento tem para dizer cabe numa página A4. Ninguém aguenta 15 dias de campanha eleitoral e dezenas e dezenas de discursos a repetir incessantemente "o PSD vai destruir o Estado social, o PSD vai destruir o Estado social". Sobretudo quando todos os portugueses sabem que o PS assinou o mesmo memorando que os terríveis sociais-democratas. Sócrates está a ficar sem pilhas e a pouca energia que lhe resta tem sido gasta a bater numa tecla que já está perra de tanto uso. O camião da reciclagem passa daqui a dez dias. Adeus, coelhinho.» João Manuel Tavares
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Cumprimentos.