VOO AF 447 — QUE CULPADOS?

Parece altamente precipitado que se atribua a responsabilidade pelo terrível acidente com o voo AF 447 Rio-Paris da Air France, em Junho de 2009, a um erro dos malogrados pilotos. O relatório preliminar de técnicos após a análise das caixas negras a que o diário Wall Street Journal teve acesso é apenas isso: preliminar. Veremos se a tentativa de ilibar negligências técnicas e falhas procedimentais a montante do voo, completamente fora do âmbito da cabine de voo, não fará dos pilotos indefesos, porque mortos, os mais convenientes bodes expiatórios.

Comments

Anonymous said…
É (será porventura) tudo mais grave do que se pode pensar; e justificará ou já justificou 'encobrimento', a pretexto de acalmar o mercado e os passageiros. Se o (um dos) sensor de velocidade congelou, deixou de enviar dados para o computador (na verdade devem ser 3 ou 4...) que filtra as ordens do piloto e controla os comandos do avião. Quando tal acontece não adianta voar 'manualmente': a areonave não possibilita tal coisa e os pilotos ficam impotentes - tal como o fulano que viaja junto à casa de banho, em 'económica'. O fenómeno (desastre) já não é novo. Há anos que se tenta (muito ou pouco?) eliminar a submissão absurda dos pilotos ao computador - que podem avariar e não distinguem o dia da noite, 'bem-voado ou mal-voado', alto e baixo se os 'sensores' falharem. É o progresso.

Ass.: Besta Imunda
Anonymous said…
A notícia, tal como o “Público” a dá, está inexacta. O que o “Wall Street Journal” noticia é que a tripulação terá «enfrentado gelo forte [‘heavy icing’] a 35000 pés. Este gelo é conhecido por tornar os indicadores de velocidade aérea […] não-confiáveis. […] A tripulação falhou ao não seguir procedimentos de rotina para manter ou aumentar o impulso [dos motores] e manter o nariz do avião nivelado.» Ou seja, a tripulação deixou o avião entrar em perda (‘aerodynamic stall’) e, quando se aperceberam (se é que se aperceberam) do erro, já era tarde demais para corrigir. Pessoalmente, diria que este caso, mais do que erro humano, é falta de preparação dos pilotos para situações-limite como esta; a própria notícia do “Wall Street Journal” afirma que «os pilotos da Air France nunca foram ...
Anonymous said…
Como estão mortos podem ser acusados de tudo. Como "leiga" parece-me normal que os pilotos possam ficar confusos face a muitos sinais de alerta em simultâneo. O que a Airbus e a Airfrance deveriam explicar é o porquê de tantos sinais de alerta... é muito dificil ganhar a confiança dos passageiros nestas companhias se se tiver a impressao que nos escamoteiam a verdade e os mortos têm as costas largas..
Anonymous said…
O proprio boletim divulgado indica a contradição das autoridades responsáveis pela investigação. Segundo ele os pilotos ficaram confusos porque o sistema eletrônico da aeronave emitiu diversas informações simultâneamente. Portanto, a falha não é dos pilotos, mas, sim, técnica. Quem é responsável pela manutenção da aeronave? É a Air France. Quem construiu o avião ? A Airbus. O que parece é que a investigação está sendo conduzida, pelos franceses, para inocentar estas duas empresas e, assim, fugir às indenizações devidas. Aliás, o que se pode esperar do governo Sarkozy, moralmente vergonhoso, haja visto às atitudes tomadas em relação à Líbia e aos imigrantes.
Anonymous said…
Os profissionais do comentário online que pululam por estes jornais esclarecem-nos sempre que nenhuma notícia é notícia, mas antes uma diabólica e monstruosa conspiração de um gigante imperialista (de esquerda ou de direita) que nos quer engolir a todos. Neste caso, da queda de um avião, arvoram-se mais uma vez em conhecedores. Obrigado especialistas do tudo e do nada por acrescentar sempre um momento de risota ao meu dia. PS: Sim, eu sei que perco o meu tempo em responder a estes lunáticos, mas estava com pouco que fazer.

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