UMA PORCA TRAPAÇA ALTRUÍSTA

O PS-desGoverno tem parido perversidades atrás perversidades ao devorar a democracia e ao abafá-la por todos os modos para instrumentalizá-la melhor. Objectivo? Durar e durar, conservar o Poder para conservar clientelas, conservar o acesso aos recursos raros e preciosos do Estado e assim cumprir o principal desígnio desviante num partido que é enriquecer ilicitamente. Quanto mais opaco vai esse Poder e esse controlo dos Orçamentos, menor o nosso escrutínio deles, mais desastre, mais endividamento em negociatas criminosamente lesivas do interesse geral. A política como porca e como crime começa assim. Nada como distrair a opinião pública do que realmente lhe interessa: capturar o Estado, engordar clientelas, nivelar por baixo as políticas e os políticos para que o desânimo fale mais alto e a esperança ceda à resignação primária com o nível reles que nos rege. Eleitas ao nível sacral das coisas incontestáveis e indisputáveis, as chamadas Novas Oportunidades, tal como o esperteza saloia Magalhães, têm acoitado todo o folclore possível, gémeo do electrodoméstico gondomarense, gémeo dos prémios e bónus caídos do céu em ano eleitoral. Lógica de partido único e falta de fair play democrático consiste em criar servos do Partido, dependentes do Partido e passionais apoiantes ignorantes do Partido a quem têm de pagar com o voto acrítico e fiel. Não há bondade nenhuma em usar as pessoas / eleitores para os efeitos especiais e as grandes encenações enganosas PS. O propagandesco e eleitoralesco traem Portugal e insultam a Razão. Não admira que a avaliação externa ao programa Novas Oportunidades não tenha contemplado qualquer aferição directa da qualidade da formação ministrada no âmbito desta iniciativa: a certificação, em seis anos, de 520 mil eleitores com diplomas do 4.º, 9.º e 12.º anos também não nasceu para ser avaliada, mas para aumentar o número dos putativos fidelizados ao PS, gratos para toda a vida ou pelo subsídio ou pelo canudo.