AINDA É CEDO PARA GRITAR

Ainda é cedo para contestar e pôr em causa o caminho seguido pelo Executivo Passos Coelho. A única coisa que o prestigiará serão os resultados e os factos [contenção do défice, normalização do financiamento da economia] tal como uma das coisas que mais desgastou e expôs a falácia da legislatura anterior havia sido o escandaloso desajuste quotidiano entre as palavras governamentais e a realidade. Mas ainda é cedo para gritar «Socorro!, o Brasil nos acuda... outra vez!», enquanto Assunção Esteves garantir que o Parlamento dará um sinal inédito de contenção e enquanto Vítor Gaspar prosseguir mesmo a prometida estratégia de cortar dois terços na despesa e um na receita. Entretanto, observemos e comparemos. Há linhas de demarcação claras entre o delicado passos-coelhismo e o autocrático e tiranesco socratismo. Mas também começam a surgir, aqui e ali, fiapos de contiguidade: na educação [mantém-se a abordagem maliciosa] e na propaganda, com a instigação à obsessão explicacionista e imagística por que clamam certos comentadores. Por que é que toda a paciência complacentóide que o comentadorismo prostituído teve com seis anos de desmandos socialistas não há-de contemplar meros cem dias de peregrinação governativa laranja?

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