LOAS E PANDEIRETAS AO ENGANOSO PIMPÃO

A pseudo-requalificação estrutural de muitas escolas secundárias [horrorosamente quentes no Verão. Deprimentemente frias no Inverno] assim como o diplomismo pimpão e automático conferido pelas famigeradas Novas Oportunidades tiveram como contraponto natural mais escravidão docente, essa classe cindida e rival entre si como um cão rivaliza com a própria cauda, e representou a cretinice sonsa de muito mais trabalho grátis para uma multidão de contratados eternos, como eu, precário há quinze anos: «Se virmos quem são os professores que, em relação ao PIB têm os salários mais elevados, se calhar são os da Guiné-Conacry, da Gâmbia ou de qualquer outro país onde as pessoas ganham menos e passam fome.»  Mário Nogueira, Secretário-geral da Fenprof. Aliás, quem se vê metido nesse sórdido labirinto das qualificações automáticas, compreende perfeitamente a monstruosidade burocrática invertida: incide brutal sobre o docente. Desonera de todo o aluno.

Comments

Miguel said…
"Na ansia de ter,
O Homem esquece de ser
Passa pela vida tendo tudo...´
Mas termina sendo nada!"

Já aqui dei um exemplo sobre um caso pessoal de uma mudança de escola (de uma velha para uma nova). E engana-se (ou porque é parvo ou porque o deseja) quem pensa que por termos escolas novas teremos melhores condições de ensino. A questão é estrutural, mas não é física. De nada serve a escola nova se o corpo, práticas e métodos continuam iguais: fechados e concentrados na estatística. O que se necessita é de implementar um conjunto de requisitos, conhecimentos obrigatórios ao aluno no final do ano. Agora, cabe ao professor definir, em função da turma e do aluno, qual o método de ensino adequado (penso que ainda são alguns professores a escolher o livro, não sei se esse processo é o mais correcto - como sei pouco calo-me).
Deste modo:

1) Seria importante criar um banco de horas, onde o professor estivesse disponível para alunos que possuem um ritmo lento, ou requerem outro tipo de atenção. (e não, não são aquelas substituições, com professores que não fazem ideia da turma, da matéria, nem, francamente, estão para se chatear);

2) Seria importante conjugar a teoria com exemplos práticos, se necessário sair da sala de aula;

3) Seria importante chamar a comunidade para a escola e para a sala de aula.

4) Seria importante usar meios audiovisuais para chamar a atenção do aluno. O aluno de hoje têm uma parafernália de "gadgets" ao seu dispor, como querem que se interessem (e mesmo assim há quem se interesse).

5) Seria importante envolver o corpo escolar em actividades de valorização do meio escolar e social.

a. No caso de existirem pais conscientes chamem-nos. Se nada fizermos, os pais de amanhã em pouco serão diferentes dos de hoje, apesar da «roupagem» nova.

6) Seria importante dar autonomia às escolas e a todos os que a compõem, para que estes possam, num espírito de liberdade, discutir e concretizar as mudanças e decisões necessárias para o bem de todos.

Basta de um ministério (de um Estado) que até o papel higiénico quer definir, passo o exagero.
Basta de mudanças constantes do corpo docente, ao fim de cada ano. E, sim, dar autonomia nas escolas para a selecção dos professores. Atenção, não disse director, o director ou outro elemento propõe ou abre concurso, a assembleia escolar (composta de pais, alunos – no secundário, professores e representantes do poder local) decide. Democracia directa já! Porque carga de água o ministério têm uma palavra na escolha do professor do “meu filho” e eu não!?

A democracia e a liberdade não se definem pelo direito de voto e expressão.

Será que ninguém que percebe que se eu “professor” conhecer o aluno desde pequeno me vou envolver mais e dedicar mais de mim!? Que se o fizer na mesma instituição, o mesmo sucede!? A mudança é necessária, mas, quando a mudança é constante deixa-o de o ser; aí, a verdadeira mudança está em não mudar a cada ano (pois, dê-se essa oportunidade)

(cont)
Miguel said…
Regionalização!? Meus amigos, é engodo. Fogo-de-vista. Não caiam. Mais liberdade social, menos Estado (e não, não é menos Estado vendendo os CTT que são empresa em regime de monopólio!!!). Menos estado, mais cidadão. Mais escola. Mais empenho. Melhores resultados, mais desenvolvimento pessoal e intelectual. Abaixo a ideia marxista de estado, o controlo de cima para baixo. Os nossos partidos são todos assim, o nosso Estado é assim. Porra, o pernicioso que é!


Ah e eu sou de esquerda e liberal. Defendo a economia de mercado livre como forma preferencial de organização económica: um sistema económico de livre iniciativa, de respeito pela propriedade privada, CONCORRENCIAL (monopólios, não) e pleno de diversidade, onde o Estado desempenha essencialmente um papel REGULADOR (à séria). Não quero casos de "proteccionismo, da economia privada sem concorrencialismo" (JAM, Forte Apache) dos grandes grupos económicos amigos (os motas-engis, bes, sln's e por aí fora).
E por outro lado defendo um Estado que garanta educação, saúde, protecção social, justiça e conservação do nosso património. Garantir, não é querer mandar em tudo, é dar liberdade para decidir, com a garantia que todos terão as oportunidades de singrar e levar a vida que entenderem. Cuidado com falsas liberdades.

O nosso Estado é governado por um directório (e não falo da Troika).

Já vai longo o texto, termino por aqui...

Talvez tenham sido os cães que me levaram a isto. Sim, os cães da minha aldeia têm um latir encantador. A forma como quebram o silêncio, como eu o penso quebrar. Sim, sim! Não tenham dúvidas, que eu o quebro também. Imagino, aqui no meu alpendre, como poderosos eles se sentirão…
Toca o relógio da Igreja, minha vizinha. São quase onze. É melhor ir para dentro e deixar a noite aos seus donos, que os sonhos, hoje, desapareceram…
Anonymous said…
filho,vais ser escravo até à bancarrota.Entende-te c a direita q puseste no poleiro.
Miguel said…
E com a esquerda que cá estava? A escravidão está na dívida, no exacto momento em que a crias, quando perdes o controlo sentes a dor e sofres e sofres. E esteja descansado que eu sou novo e posso sempre "fugir". A vantagem de não ter nada (vá, tenho sempre qualquer coisa) tem destas coisas. Quanto a escravidões, enquanto existirem impostos (ou seja Estado) serei sempre escravo deles. Ah e esteja descansado. No que me toca, nunca estive tão bem em termos financeiros, profissionais e até pessoais. Concede-lho uma coisa: não me basta. «Os homens não são ilhas». E, como disse, há a bancarrota e há a fuga.

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