RENTE AO CHÃO NA CADEIA ALIMENTAR

Eu estou bem, obrigado. Teso, mas feliz. Não me assusta a subida do IVA do gás, da electricidade. Vou usar água gelada no banho quotidiano e reforçar o número de cobertores quando o frio vier. Estou perfeitamente calmo com as taxas de solidariedade no IRS e IRC porque sou pobre e são baixos os meus rendimentos de professor-escravo, descartável há dezasseis anos com um pontapé no cu garantido todos os anos. Não me aquece nem arrefece a subida da tributação de mais-valias no IRS nem com a sobretaxa do IRS equivalente a uma parte substancial do subsídio de Natal porque estou muito rente ao chão na cadeia alimentar nacional, muito longe, mas mesmo muito longe! dos que auferem reformas duplas ou triplas na flor dos seus quarenta ou cinquenta anos para não falar dos reformados do regime, engordados por décadas de regabofe legislativo em benefício próprio da politicagem rosa-laranja. Estou em paz com o fim dos reembolsos de despesas de saúde e de educação nos dois últimos escalões do IRS porque tenho procurado acima de tudo estar de boa saúde, reutilizar manuais escolares e usá-los numa perspectiva o mais virtual possível. Quanto ao fim das comparticipações nos contraceptivos, como casal também estou também em paz. Se vierem, há muito tempo que o DIU [Dispositivo Intra Uterino] nos substituiu a pílula fornecida pelo Centro de Saúde. Não era para a comprar que nos introduzíamos na fila bocejante da farmácia. Opino frequentemente que Portugal necessita de terramoto natalista e que essa é uma questão de sobrevivência nacional a médio e a longo prazos. Não há futuro para o nosso País sem um acréscimo significativo de nascimentos e a sucessão natural e decente das gerações, superando o número de óbitos. Esse é um problema que a esquerda chupista-socialista escamoteia como escamoteava a da dívida pública e a da bancarrota iminente. A despenalização da IVG, tal como está a ser operacionalizada, é uma obscenidade e uma injustiça pela inversão das prioridades. Sim a uma política de saúde sexual integrada. Sim à racionalização do acesso a meios contraceptivos. Fim a um Estado em tudo paternalista e em quase tudo facilitista. Bem-vinda, responsabilidade pessoal!

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