SÓCRATES E JARDIM FORAM OS DOIS PASSEAR
Falemos do “buraco” da Madeira, afinal muito maior do que o recentemente anunciado já que são 1600 milhões de euros relativos a três anos, mas falemos também da célebre amizade repentina, mais armistício que qualquer outra coisa, que, a propósito das trágicas cheias, se teceu subitamente entre o Governo Socialista da República e o Governo Regional, até então absurdamente hostis. Agora falemos de hipocrisia e duplo pensar: para que se descabelam os socialistas e outros enormes detractores de Jardim porque aqui-d'el-rei o Estado anda a pagar as dívidas da ilha, engrossando o coro dos que salivam de raiva por destruir o 'Soba' a pretexto das péssimas contas regionais, quando tanto Sócrates como Jardim praticaram a ocultação dos números e fabricaram “desvios”?! Admite-se este tipo de justiça selectiva? Por mim, não estou disposto a perdoar nada a Alberto João Jardim, caso se torne consensual nada perdoar a José Sócrates. Se um pode ser impugnado ou punido nas urnas, antes das eleições de Outubro, o outro pode vir embrulhado numa camisa de forças do exílio idílico de Paris directamente para uma instância credível onde preste contas aos portugueses e portuguesas. Como é possível que Sócrates e Jardim cometam infracções verdadeiramente graves e com consequências trágicas para o País e nada lhes aconteça?
Comments
A guerra termina durante a hora de almoço.
As diferenças entre partidos são para português ver.
Na prática pertencem à mesma matilha e como ser colectivo protegem-se uns aos outros com unhas e dentes.
Na prática almoçam todos juntos e na gamela estou eu e você.
Estamos todos a servir de antropófaga refeição.
Há consolo possível?
Somente o de dizermos que podemos escolher a qual boca pertencem os dentes que nos retalham a carne.
Abraço.