DEMASIADA VIOLÊNCIA, DEMASIADO VLADIMIRO

Não gostei nada do tom com que o vice-presidente da Câmara do Porto, Vladimiro Feliz, vitupera o meu candidato Luís Filipe Menezes num certo comunicado ungulado. Mau sinal. Não gostei, mas parece natural e na esteira de quem inaugurou um tom negativista, pessoalista, destrutivo em relação a outra candidatura, Rio, como se a sua pessoalíssima consciência omnisciente acerca de Menezes, o seu resumo de Menezes, determinassem a missão divina de profetizar contra ele, não olhando nem à linguagem nem aos respectivos limites. Dado que Rio gastou as munições de maledicência na célebre entrevista-fuzilamento de carácter à RTP, dado que se expôs de mais e apanhou universalmente, é a vez de Vladimiro Feliz, o vice, prosseguir e aperfeiçoar as hostilidades. E começa mal ao garantir que Menezes não conhece limites para o despudor, a mentira e a falta de vergonha. Porquê? Porque o meu candidato propôs-se a objectivos novos, a ensaiar processos diferentes, numa etapa de maturidade sua e numa cidade diferente, aproveitando a vasta experiência acumulada?! Vladimiro, Vladimiro, isso é que é entrar a perder numa refrega de ideias que resvala para o agarrar cego de uns colarinhos adversários. Em matéria de verborreia, meu caro Miro, de excesso de informação e contradição informativa, os conceitos de despudor ou mentira ou falta de vergonha são parentes e não se usam gratuitamente apenas porque um candidato apresenta propostas que escandalizam todas as virgens e todos os guardiães do templo da decência. Conviria, aliás, que o Miro inquirisse se os munícipes de Gaia estão satisfeitos ou insatisfeitos com o seu presidente. Coisas simples, efeitos óbvios, que Rio e Miro não conseguem aceitar se alastrem ao Porto e contaminem a população de esperançosa euforia. Se votar é tentar aperfeiçoar, pela eleição livre dos melhores, o modo como a política se aplica às nossas vidas e até que ponto nos deixamos envolver mais e mais nesse processo, participando nele, Menezes, no contacto com todos os portuenses, manifesta-se todos os dias o Homem Certo: próximo das pessoas e sensível aos seus problemas, digam agora o Miro e o Rio o que quiserem. Ora neste momento, o que há é milhares de munícipes portuenses repletos de esperança de qualquer coisa semelhante a Gaia, tocados pela energia do meu candidato: «Faça o mesmo aqui que fez em Gaia», ouvimos amiúde os munícipes dizer por essas nossas ruas, em cada freguesia visitada. E Menezes não se tem poupado a inteirar-se exaustivamente acerca de tudo o que lhes respeita. Quando grafo tudo, é mesmo tudo. Tudo quanto compreende e concerne à vida portuense, pois será com todos, ouvindo todos, que se congraçará uma comunidade e se rasgarão todas as vias que permitam resolver problemas concretos para abrir ainda mais o Porto ao Mundo, destino requintado, destino de excelência, uma cidade suculenta, onde se viva feliz e dê gosto viver. O Miro não gostou da avaliação menezesiana ao modelo de gestão de Rui Rio? Tem de engolir. Já não se pode aspirar a fazer melhor que aquele de quem é vice, nesta cidade? Se fosse para fazer o mesmo, mais do mesmo, com aquela contenção avara e cinzenta, teria de ser outra pessoa, não Menezes, Miro. Alguém mais pardacento, mais inodoro, mais inefável, mais empurrado a contragosto, alguém como o caríssimo e suavíssimo portista Rui Moreira. Mas não é. Miro, Miro, não era preciso subir de tom, rebaixando-o, ou explodir de raiva em adjectivos contundentes como sabres de museu. Menezes quer manter a autarquia no ranking das 20% mais equilibradas do País no plano económico e financeiro? Qual é a heresia, Miro? Menezes pretende assegurar o pagamento permanente a todos os fornecedores de bens e serviços, bem como a empreiteiros de obras públicas, dentro dos prazos previstos na lei? Qual é o alarme, quais as razões para tremores de mãos e palavras que espancam? Depois, o Miro, verdadeiramente desesperado, consultando as notas-chavões vazios que se repetem e repetem, vem dizer que as contas da Câmara de Gaia foram levadas ao descalabro. Falso. O endividamento per capita está dentro da média ou abaixo da média nacional. Vem dizer que Gaia, dezasseis anos depois, apresenta prazos médios de pagamento a fornecedores de oito meses. Inexacto. Há fornecedores e fornecedores, prioridades e prioridades. A boa gestão pode ser casuísta em muitos casos e é aquela que muitas vezes encontra a melhor forma de garantir qualidade dos serviços, avento eu. Vem o Miro dizer ainda que foi pedido o resgate financeiro da câmara ao poder central. Isto é manhoso. Recorde-se que o Poder Central mal pode resgatar um gato pelo rabo. Depois de acalmar, o Miro precisa de entender o que é uma campanha: todos os candidatos, em campanha, desejam ser bons pagadores e de boas contas. Ainda mais Menezes, após anos a aproveitar, como mais ninguém, todas as gotas e migalhas do QREN para fazer de Gaia, conforme fez, sob o máximo de pontos de vista, uma Cidade de Desejo, Lazer e Regresso. Nós, gaienses, apoiantes de Menezes aonde quer que vá, sabemos que dá sempre o corpo ao manifesto. Trabalha com absoluta entrega, com paixão, com zelo, com liderança e frontalidade, rodeando-se dos melhores para fazer o máximo e o melhor. E agora entrega-se ao trabalho de persuasão política, porque ama a cidade do Porto e sabe que pode ajudar-nos a todos a ajudá-lo para que faça a diferença. Não é hora, Miro, para amesquinhar e merceeirizar o modo como a propaganda política se processa. Democracia é isto. Sai Rio. Entra Menezes. Não há legado político nenhum nem nenhum espírito social-democrata especial guardado sacratissimamente num cofre sacro pelo dr. Rio, exclusivo detentor dele-espírito, e que o dr. Menezes vai agora arrojar na lama e estroncar para atirar o sagrado conteúdo aos porcinos. Isso é treta. Calma, Miro. Alguém segure o Miro. A revolta interior deve guardar-se para coisas mesmo graves e não para campanhas eleitorais ou divergência de opiniões. É uma tristeza que a facção tutelada pelo dr. Rui estremeça e desespere apenas porque os cidadãos do Porto prometem votar em massa no dr. Menezes, gostam do dr. Menezes, sentem-se escutados pelo dr. Menezes e não dão qualquer atenção aos avisos de virgens alarmadas que supõem ser o voto municipal em Menezes, um voto mentecapto, imbecil, de simples analfabetos políticos, para usar as trilogias conceptuais do nosso Miro. Mais respeito por quem vota, pois quem vota não é estúpido. Por isso é que votou em Rio. Se há candidato que pode vender promessas credíveis, dada a obra feita, é Menezes. Portanto, Miro, ficamos assim: nada de perdas de controlo e pedras de arremesso, nada de ódios pessoais e ranger de dentes ou transforma-se o insultador na coisa insultada. As lógicas de campanha determinam o sonho dos aperfeiçoamentos, fazer mais, fazer melhor, agir em contraciclo nalgumas matérias e em sintonia com o tempo noutras. Não era preciso atirar-se à jugular do seu adversário, do rival indeglutível do seu Presidente Rio, quando ousa sugerir, por interposto Ricardo Valente, quanto às regras gerais de gestão económico-financeira da Câmara do Porto para o quadriénio 2014/2017, que o Porto não pode continuar a ser a cidade das contas certas com base em nada feito e assente numa política económica e financeira que conserva a cidade pobre com os cofres cheios. É a percepção geral, Vladimiro. É também a vida.

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