PARAÍSO DO LIXO
«Politicamente liquidado.» Eis como, no metro, no comboio, na rua, em qualquer esquina da grande cidade de Lisboa, se comenta a situação malcheirenta e asquerosa do Grande Impune. E no entanto, a podridão, ainda assim, encontra argumentos para se justificar e tem agentes discursivos, na opinião publicada e nos blogues governamentais, para tudo introduzir na normalidade negra da nossa Crise. O absoluto abuso e mais despudorado topete são coisas que, por serem com quem são, se deveriam tolerar até porque têm precedentes noutros contextos e momentos da nossa pseudo-democracia — dizem. Não têm. As engenharias financeiras, a paranóia controleira, o amigo Joaquim, a posição de Vara — todo esse lixo e imoralidade públicas! — demonstram que não temos efectivamente democracia, que a doxa e as pessoas concretas não contam para nada. O cidadão é escarrado pelos donos do Sistema. Saia uma ETAR para o Largo dos Ratos, se faz favor, e outra para a cabeça de Pedro Silva Pereira. Estamos colectivamente anestesiados no sentido em que o cidadão não conta. Toda a gente sabe que a Justiça está sob controlo do Poder Político, não é Independente, Autónoma, isso é claro, e é de supor que, por falar em tanto controlo, também a Eurosondagem do 'insuspeito' Rui Oliveira e Costa continue repleta de paradoxo, nos seus "estudos" de opinião, em contraciclo com o sentimento geral. A Propaganda Socratinesca está por todo o lado.
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Claro, para não falar das duas páginas retiradas da edição angolana e que falavam de Joaquim de Oliveira, sócio da filha do presidente de Angola.
De qual quer forma, mesmo com algumas curvas menos claras do mensageiro da noticia, exigia-se um intervenção de Cavaco para resolver a questão.