CARAMELOS ESPANHOLISTAS
«Por que é que o Estado utilizou a golden share no final da assembleia geral da PT e não antes da sua realização? A resposta é evidente: com uma proposta de ¤6,5 mil milhões em cima da mesa e com uma participação prevista de pouco mais de 60% dos acionistas com direito de voto; e com as declarações de membros do núcleo duro nacional de que a este preço votariam contra, o Governo deu por adquirido que a ofensiva da Telefónica não passaria — e preferia, obviamente, que ela fosse chumbada pelos accionistas. Não contou com o movimento que os espanhóis fizeram na noite anterior, aumentando a proposta em mais 650 milhões. E muito menos contava com a "traição" de BES, Ongoing (que negociaram diretamente com a Telefónica o seu apoio) e Visabeira que foram fundamentais para viabilizar a compra da Vivo. Decidiram vender tudo — e também a honra. O Estado viu-se assim obrigado a utilizar a golden share no final da assembleia e não antes. Honra, sim, à Controlinvest de Joaquim Oliveira que votou contra a proposta. Mas faço o meu mea culpa: nunca mais defendo a existência de núcleos duros nacionais para controlar empresas estratégicas. Só há uma maneira de elas não serem adquiridas por estrangeiros: através do controlo, directo ou indirecto do Estado. O resto não existe.» Nicolau Santos
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Abraço do Zé
com este dirigentes muito menos