DOIS INTOCÁVEIS

Há duas pessoas perfeitamente gémeas quanto ao modo como concebem o Poder e a Responsabilidade em Portugal. Salvo as devidas diferenças, Sócrates e Carlos Queiroz foram separados à nascença. Ambos fazem do espesso e meloso paleio-de-malhar ou da converseta de esquiva uma forma de vida. Ambos praticam uma forma petrificada de cinismo milimétrico e estão sempre a começar de novo, virgens e em flor, perante erros e desastres consumados da sua lavra, filhos legítimos das suas limitações, avidez ou malícia. A memória é curta em Política e em Futebol. Falhar, desunir e desmoralizar são, para eles, toda uma filosófica e sofista forma de estar, o que lhes confere uma inusitada periculosidade social exemplar: se ninguém assumir responsabilidades objectivas pelo que corre mal e pelas malfeitorias praticadas na sua área de competência, todos sofrerão as consequências degenerativas da boa moral colectiva. O relativismo é um princípio de decadência. São intocáveis e inamovíveis, putrescendo tudo e todos com a sua eterna permanência sôfrega nos respectivos postos esgotados. Permanência moralmente errónea, tacticamente errática e eticamente errada.

Comments

floribundus said…
pelo menos Queiroz não leva o rectângulo à falência.

dizem que o homem só é bom na emigração

sou o único português que não percebe nada de bola. nem quero perceber
Anonymous said…
penso que há diferenças e que a comparação é ofensiva para o Queirós pese embora a sua imcompetência nalgumas vertentes da sua actividade
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Embora reconheça que Queiroz cometeu alguns erros crassos neste processo relativo ao Mundial, acho que comparar o maior filho da puta que este país conhece com o Queiroz é altamente injusto para este último.

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