ESCUDO ANTI-MISSA
Eu até entendo os pressupostos de CAA, neste artigo. O que me enche de surpresa é que ele não veja como cristalina a necessidade de políticos e gestores chegarem-se visível e efectivamente à frente, darem o exemplo e contribuírem ostensivamente para minimizar a fome e o desvalimento de milhões de portugueses. No seu artigo, espécie de escudo anti-missa, CAA centrou a argumentação numa equiparação abusiva Estado-Igreja. Se há esperteza tipo Jardim Gonçalves para meter sumptuosamente ao bolso com esquemas tão formalmente engenhosos quanto socialmente perversos, terá de haver ainda mais esperteza compensatória da parte de quem mais lucra, pelo desnível cavado, obsceno, na sociedade portuguesa, mais notório que nunca. O Estado nem é pessoa de bem nem referência ética, mas a Igreja, pelo contrário, tem uma mensagem que sobrevive a qualquer hiperbólico apelo de D. Carlos Azevedo e não beneficia tanto assim dos tacticismos elencados pelo opinador. Por que motivo fogem eles, políticos e gestores, de essa mensagem urgente e se multiplicam em desculpas?! A conversa aqui já não pode ser fiscal, mas situar-se no plano da pura e imediata solidariedade.
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