PATERNALISMO CATURRA
Quando Mário Soares diz que gosta da atitude de Passos Coelho, por este ser «educado», mas critica o projecto de revisão constitucional preconizado pelo presidente do PSD, dizendo que deu vários tiros nos dois pés, convém compreender o que isto veicula. Além da manifestação de um paternalismo viscoso por Passos pela razão de este não hostilizar ostensivamente o carácter disforme do PM, quanto à primeira parte, quanto à segunda, a mensagem essencial e profunda a relevar é que nada pode pôr em causa a captura pelo PS socratino do aparelho de Estado. Qualquer coisa que despolitize, despartidarize e desparasite o Estado ao mais alto nível, mesmo uma propositura de Revisão atabalhoada da Constituição como a de Passos, será mal visto e até recoberto com nervosas cruzes anti-vampiro pelos "socialistas-laicos-maçónicos", exemplares glutões daquele aparelho e a ele colados com as ventosas eternizadas da sem-vergonha. O PS socratista basicamente é isto e Soares politicamente também não passa disto. Por isso escorre por aí um fartar vilanagem na Justiça garantística de criminosos e corruptos, tenaz que nos aperta. Por isso avoluma-se a desgraceira nas contas públicas depois da farsa fraudulenta dos mil enganos pré-eleitoral, nas legislativas. Por isso do PS-Governo e do seu PM avultam a incompetência e a desmobilização geral e ainda assim uma insistência tonta em prosseguir como se fora de fresco, com o mesmo esgar obstinado e aluado. Soares paternaliza Passos, mas, caturra e faccioso como é, apadrinha de peito feito um Sócrates só arrojado na mais penalizadora estultícia de Estado: seguir sugando o erário e suspirando narcisicamente por si mesmo. Por qué no se calla?!
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