MUMBO-JAMBO PPC

As Deduções, o Orçamento, a Constituição, a Regionalização, a Redução da Despesa, enfim, Pedro Passos Coelho, quando surge em entrevista, por mais que não o deseje ser, segue sendo o Pai Natal do Governo e o respectivo Coelhinho da Páscoa. Porquê? Sobretudo por causa do afunilamento recente de toda a converseta política sobre o financeiro, o orçamental. Não haverá mais governação e vida para além disto? Ora tal insistência no mumbo-jambo Orçamento ignora os restos e o resto de um Poder repleto de vícios e tiques absolutistas desde a primeira hora. Se os avisos de Passos não servem de nada para inverter a Arte Socialista de Sugar, se recebem negação, sarcasmo e apoucamento da parte dos mesmos "socialistas" alapardados na Despesa: boas reformas, excelentes prebendas, fantásticas sinecuras, lei da boa vida, desde logo nestes 15 anos de Sócrates e Vara assentes em autopropaganda e autopromoção superficiais, venha o FMI, venha Bruxelas, venha Berlim pôr cobro à desordem e à imoralidade vigentes no inviável país-do-faz-de-conta. Única saída. O PSD e a sua vaidade viabilizadora não servem para nada de bom, para ruptura nenhuma. Sempre à defesa, para não ser acusado de agitador e desestabilizador, o bem comportadinho Passos lembrou que «o PSD nunca disse que votava contra o documento a apresentar pelo executivo», acrescentando estar «disponível para [um sistema em que] quem tem rendimentos mais altos deduza menos de modo a que quem tem menos deduza mais.» Claro. No plano dos propósitos, são todos amorosos, compassivos e bem intencionados, gritam Estado Social. Passos, isto é, o Pai Natal do Governo, é brando, medroso, contemporizador. Politicamente, Ferreira Leite era mais homem.

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