NACH ENGELAND
João Gonçalves, autor do blogue Portugal dos Pequeninos, cujas tomadas de posição têm sido apodadas malevolamente de fascistas e coisas da mesma índole, e logo por parte dos sectores mais alapados à babugem "socratista", mas que efectivamente não esconde vestir a pele de um certo misantropo amargo e ironista, faz um post notável que merece transcrição integral. Nele me revejo inteiramente: «Num certo sentido, a Igreja não merece o Papa que tem. Joseph Ratzinger, não me canso de repetir, é um homem notável. Espiritualmente (o que em tempos de vazios mais ou menos cândidos e, sobretudo, tolos e supersticiosos, é uma diferença essencial) e intelectualmente (porque é um contemporâneo mais moderno que todos os broncos que se intitulam "modernos"). Ratzinger é hoje a força da Igreja e não o contrário. Ao clarificar e separar, assume-se como seu chefe e crítico - atento e simultâneo. Até na escolha milimétrica dos países que visita, coisa que analfabetos simples e funcionais não conseguem entender. Bento XVI pretende uma Igreja (um termo que significa "partilha" e "comunidade") unida nos seus fundamentos milenares e não humilhada ou complacente com os desmandos e os crimes cometidos pelos seus membros. Nunca um Papa trouxe tão à luz do sol, para as denunciar, tantas sombras como Ratzinger. Nunca um Papa foi tão longe na expiação pública mais autêntica e profunda dessas rasuras indesculpáveis como Ratzinger. Ao reduzir a Igreja àquilo que ela deve ser - o mais pequeno grão lançado à Terra -, Bento XVI obriga à adesão ou à renúncia sem ambiguidades. Homem perplexo, de fé e sem ilusões acerca do homem (e, por consequência, da Igreja), Ratzinger é um exemplo (se é que ainda alguém valoriza "o" exemplo) num século que leva já dez anos de frustrações e de profunda miséria moral e material. As suas viagens pastorais, por exemplo, são disso prova. Quem as apouca, apouca-se apenas a si mesmo e dilui-se no horroroso espectáculo da vulgaridade que é, afinal, o do mundo.»
Comments
o Papa manifesta solidez em todos os aspectos.
reabriu ontem a Biblioteca Apostolica após 3 anos de consolidação das estruturas.
há 5 anos ia diariamente ao Arquivo e Biblioteca. não paguei nada. os livros estavam nas estantes a nossa disposição.
2,5 milhões de livros e 1/2 milhão de manuscritos (requisitados).
agradeci ao oferecer os 2 livros que publiquei, alguns livros e um cd com 1200 fotos de quadros célebres sobre o vinho nos Testamentos e Roma-Vaticano.
gostava de acordar neste local no dia da Ressurreição.
agnóstico preparo a vida de Cristo em gravuras e pinturas com estudo sobre enquadramento socio-economico e condição humana. infelizmente falta saúde, 'mas quando mal sempre assim'.
Com essa racionalidade, mais do que com a fé, chega ele à conclusão que a racionalidade apenas não é suficiente se não se apoia na primeira. Curiosa contradição esta... Ele há coisas.
Para que o espírito humano levante voo, é preciso que atinja o patamar mais alto da fé, que o reconcilia com o infinito, com o eterno e com o mundo a sua volta.
De resto só de uma mente superior podia vir a ideia do "Átrio dos Gentios" pelo qual a Igreja se abre, hoje como nunca, aos indecisos, curiosos, incoerentes, desconfiados e a todos aqueles que, pura e simplesmente, estão a procura ou se encontram a caminho.
É uma revolução copernicana da Igreja que abre as suas portas, com simplicidade, sem esforço, sem promessas, sem forçar àqueles que alguma vez por essa porta pensaram passar mas se assustaram com a veemência e fundamentalismo de alguns ou com a total incongruência de muitos dos que da igreja se dizem parte.
Uma atitude tão refrescante, lógica e simples só podia vir de uma mente - estou a repetir-me ? - superiormente inteligente ...
Virginia