NOTÍCIAS DO DILMISMO
Quando se coteja a vida pública brasileira com a vida pública portuguesa, coisa que se deve fazer todos os dias, vê-se uma estreita semelhança. As segundas e terceiras linhas de manobra são apanhadas no torvelinho das denúncias e dão as costas, o flanco e a fronte à decorrente agitação mediática. Mas as primeiras linhas saem incólumes, lavam as mãos. Não sabiam de nada. É claramente o caso da sucessora de Dilma Rousseff como ministra da Presidência, Erenice Guerra, acusada de tráfico de influências. Pediu ontem demissão do cargo, depois de um empresário ter acusado o seu filho de pedir 204 milhões de ‘luvas’ e mais 2,2 milhões para a campanha de Dilma em troca da concessão de um empréstimo milionário. Isto é a guerra e o preço de uma eleições com desfecho anunciado. As sucessivas denúncias contra assessores e aliados não abalaram o projecto presidencial de Dilma Rousseff. Paradoxalmente, tal como as sondagens em Portugal, uma da DataFolha mostra-a virtualmente eleita, com 51% das intenções de voto, contra apenas 27% do principal opositor, José Serra. Em relação à sondagem anterior, Dilma até subiu um ponto. Isto apesar das denúncias de violação de sigilo por parte de opositores e das acusações de tráfico de influência que levaram ontem à demissão de Erenice, sua protegida política e sucessora no cargo de ministra da Presidência do governo de Lula da Silva. Nada mais habitual e sobretudo nada mais familiar para padrões europeus e portugueses.
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o delúbio»
das sapatilhas aos armanis