CARAS DE NÁDEGA
Teixeira dos Santos e José Sócrates têm faces novas. De cansaço, velhice súbita. Vil velhacaria politiqueira velha. Nem sinal de botox, plásticas. Desenha-se-lhes nelas a desolação: os dados estão lançados, por isso improvisam ao caminhar rumo aos últimos episódios do desastre em decurso. O que se passou no Japão, por exemplo, além dos efeitos directos na economia local, terá, segundo o ministro, efeitos nos parceiros comerciais do país no domínio energético e produzirá incertezas no acesso ao financiamento que se repercutirão também em Portugal. Não é que não possa ser verdade. Mas, enfim, é como quem diz: «com desgraças, como a japonesa, escondemos mais perfeitamente o tanto que estragamos, disfarcamos os nossos anos absolutamente perdulários e no entanto repletos de cagança, anúncios pomposos e repetidos todos os dias nas TVs, grande manigâncias e TGV; ocultamos os nossos hábitos contumazes de trapacear». Foi no Parlamento que, sem se rir, o ministro se explicou ao explicar por que razão o Governo avançou com medidas suplementares de austeridade, por "precaução", em 2011. Sim. É isso mesmo: agora o sismo no Japão corrobora, justifica e reforça a necessidade preventiva do PEC IV. O sismo foi no sábado. O anúncio do PEC foi parido no dia anterior, sexta-feira de manhã. E dizem-nos estas coisas com a mais deslavada e fúnebre cara de nádega!
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