TRANSUNTO
E eu, Senhor, o que serei,
se da lei da morte livre não me sei ou se obra não deixo?
Deixo só queixas mil tantas e tamanhas.
Da Injustiça a escassa atenção recebida
que me macera. Só depois que faleça serei poesia. Tê-la-ei.
Para quê pensá-la agora?
Meu prestígio é ter sofrido em público
o trucidarem-me dia a dia Portugal,
Cânone e Pátria, esta,
em que me espelho
porque me espelha a mim
dela transunto.
se da lei da morte livre não me sei ou se obra não deixo?
Deixo só queixas mil tantas e tamanhas.
Da Injustiça a escassa atenção recebida
que me macera. Só depois que faleça serei poesia. Tê-la-ei.
Para quê pensá-la agora?
Meu prestígio é ter sofrido em público
o trucidarem-me dia a dia Portugal,
Cânone e Pátria, esta,
em que me espelho
porque me espelha a mim
dela transunto.
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