SALADA DE DESGRAÇAS

A partir do momento em que se ignoram as instituições democráticas domésticas e se bajula a Alemanha acerca do que fazer, quando fazer e a quem [os frágeis alombam], está rompida a estrema da nossa soberania simbólica. A Europa é já o FMI, já aí está o cutelo externo, a ajuda externa, a indiferença externa. Evidentemente que a chantagem socratista consiste nisto: ou sua clientela sobrevive e prospera, orgânica e determinada como Ahmadinejad ou Kadhafi, ou sobrevivemos nós, os inorgânicos, a vasta maioria sem esquerda nem direita sempre à mercê dos apetites desta gente 'inefável'. A partir daqui, é sempre a descer. À desgraça económico-financeira somam-se outras. Desde logo, a desgraça da nossa humilhação pelo ridículo papel de alienadores da nossa margem de acção e decisão, coisa não imputável a Passos Coelho, mas ao inimputável Primadonna. É um desgosto José Sócrates mais um dia que seja apesar de nos ter originado uma espécie de Fukushima moral. Sempre o seu esgar rasgadíssimo de infinito escarnecedor dos portugueses a par de subserviente régulo em nome do eixo Bruxelas-Paris-Berlim. Suportar mais um dia Teixeira dos Santos de joelhos à tona disto, reproduzindo o mesmo discurso chantagista do seu chefe, na solidão ferrenha de defesa do indefensável. Não faltarão telegramas de e para os EUA questionando-se como é que os portugueses permitiram isto e se não há vergonha que reste à trupe de socialistas-socratistas. Evidentemente que não.

Comments

Anonymous said…
Nada disto preocupa José Sócrates, que está apenas preocupado em salvar a pele. Por isso, a forma como foi apresentado este PEC, sem escutar o País, destinou-se apenas a fazer com que o frágil equilíbrio político em que vivemos se esfrangalhe. Sócrates não ouviu o que a rua lhe disse no sábado. Continua imerso nos jogos palacianos, através dos quais julga poder manter-se no poder após as eleições. E em Bruxelas, na manhã desse dia, trocou dinheiro imediato pelo futuro económico e social de Portugal, assinando todas as medidas de austeridade que lhe foram apresentadas pela UE. A soberania de Portugal foi entregue e o Governo faliu moralmente. Quando, incapaz de compreender o que os mais e menos jovens lhe transmitiram no sábado, desfilou as bondosas coisas que fez pelo País, Sócrates não percebeu que o que está em causa é o sistema onde sobrevive. Zé Colmeia e Catatau assaltavam as cestas de quem ia fazer piqueniques. Sócrates sacia-se com impostos que pagam o desvario de gerações sucessivas de "boys". Zé Colmeia vivia de guloseimas. Sócrates vive de retenções na fonte. Zé Colmeia não tinha remorsos. Sócrates não tem palavras. Instigando a crise política espera sair dela como o salvador que tem nos bolsos o dinheiro do BCE para iludir os descontentes. Sócrates nunca viveu neste País. Viveu deste País. E continua a considerar que ele se molda aos seus desígnios. A política Zé Colmeia de Sócrates faliu.

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