DO ESGOTAMENTO REPUBLICANO
Apesar do vendaval de opiniões datadas e corruptas, provenientes da fina flor emerdecente de decrepitude socialista-devorista, com os seus patriarcas pífios e ricos, como Mário Soares, mais um dos que prosperaram individualmente lá, onde globalmente empobrecemos e atascamos, tenho de acreditar que Passos Coelho represente um ponto de viragem no grande afundanço moral, anímico e patriótico de Portugal culminado na podridão socratista, que segue impávida, incólume, imune e impune. A crise profunda e antiga que nos dissipa veio entroncar noutra crise circunstancial, a Crise do Euro e da União Europeia, entidade gizada a régua e esquadro e de cima para baixo a partir dos gabinetes de Bruxelas. A nossa conflitualidade desnorteada, sem desígnios mobilizadores como outrora, e a dissolução do nosso sentido de colectivo coeso são muito mais antigas e mais graves que a mera questão financeira. O que está podre é o Regime, os seus actores sem carácter nem sentido de isenção e independência. Cavaco, Pinto Monteiro: não faltam actores menores com provas dadas de desastre e afundamento progressivo dos interesses gerais em favor de facções sôfregas e incapazes de abnegação pelo Povo. Mesmo esses republicanos nascidos sem Regime e logo tornados republicanos por inerência não podem orgulhar-se da forma-fórmula republicana, arquitectura adoptiva a contragosto em que vivemos, imposta pela lei da bala, nascida de um horrendo assassínio pavoroso. A atitude de trabalho e empenho que demonstramos pelas sete paragens do mundo pura e simplesmente não é a mesma no nosso torrão e isso resume toda a anormalidade doentia nacional, excluindo o fácil patriotismo futebolístico. Começa a tornar-se claro, perdida a nossa soberania e ainda mais ameaçada por directórios asnos de certos portentados europeus repetidos, da asna Merkel ao pacóvio Sarkozy, que a Monarquia terá de ser abraçada como o Regime do nosso caminho colectivo, pois só ela religar-nos-á a um Passado irrenegável, consolidará uma sábia identidade enraizada e tão longínqua, e retomará um orgulhoso destino indestrutível. Não permitamos que os que enriqueceram na mentira e prosperaram muito a sós consigo mesmos destruam esta Nação e desfaçam o conjunto do que somos e de onde proviemos, resilientes. Está na nossa mão mudar.
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