AS MINHAS PALAVRAS
Fiz por reinar sobre as palavras rainhas de 2010. Arrostei com injustiças imensas, paguei caro a subtileza de ter o trabalho precário que desde há quinze anos tenho por precário. Sim, porque trabalhar é muito caro, arruína-nos todos os meses. Sofri com quem sofreu e cometi a ousadia de escrever aqui todos os dias sobre isso. Gritei como um parvalhão tolaço, eu, o castiço, eu, o faceto, o patético, contra toda a podridão em que se converteu a vida pública portuguesa, repleta de passes de cínico, encharcada de doses de hipócrita. Fui cagado e ignorado num País que caga sobre / e ignora toxicamente / o seu presente e o seu futuro, os seus melhores, basta pensar na puta da bloga lá em cima, Blasfémias, 31 da Armada, Insurgente e outros, que igualmente ignora, espezinha e despreza quem, como eu, lhe há-de sobreviver. As minhas palavras de combate foram penhora-BES, pobreza frequente, miséria à vista, pães quotidianos amassados pelo diabo contra os quais, por pura técnica de resistir, vou sorrindo, encontrando as melhores hormonas para olhar olhos nos olhos seja a quem for. Que se fodam os mercados e a inverdade! Puta que pariu o rating, o défice e o fisco! Bardamerda com o FMI, as receitas, os custos e os aumentos. Viver de quê? Comer o quê? Vomitei a bazófia autossuficiente dos socratistas. Nunca comi da ilusão, fruto amargo do palhaço supremo Sócrates, vendido pelo Baldaia e pelo Marcelino, protegido pelo director do Circo, Cavaco: não, não sou pessimista, mas vivo rente ao chão por tempo de mais e envergonho-me da cambada de maricas que pensa ou dispensa Portugal. Senti e vivi a realidade portuguesa por meses negada e renegada pelo palhaço absoluto Sócrates, nunca é de mais repetir: absoluto Palhaço, saco de pancada que mais a jeito se põe: adora-se e adora rever-se nas TVs com o gesticular estudado e as veemências de merda com que nos tortura há seis anos odiosamente. Ele e um punhado de cabrões bem pagos para dar cabo disto com um brilhozinho nos olhos.
Comments
É tudo isso que escreve e o azar (que tivemos) das mãezinhas deles em vez de os terem parido não os terem abortado.
Ainda hoje (como deve ter lido) o papa-hóstias e carpideira profissional da desgraça alheia, Guterres,diz que "olha para trás" com enorme tranquilidade.Pudera!também nós certamente.
Abraço
David Oliveira