A QUEIXA E A CRISE

Não tirando força à conclusão exarada no post do Carlos, a verdade é que os mais desvalidos dos portugueses, sem recursos, sem defensores, efectivamente não têm poder de fogo na queixa. Raro têm quem a oiça e actue em conformidade. Mas numa qualquer hora crítica adveniente, o nosso queixume mudo, calcado, sapo quotidiano tragado, poderá degenerar: «Um amigo de longa data, a viver fora do país, esteve recentemente em Lisboa. Desalentado com os efeitos da crise, apontava as lojas desertas em tempos de saldos como um exemplo das dificuldades que os portugueses estão a atravessar. Um dia convidei-o para almoçar. Levei-o a um restaurante de categoria média/alta onde uma refeição para duas pessoas (incluindo meia garrafa de vinho) custa entre 50 e 60 euros, para lhe mostrar a verdadeira dimensão da crise. Estava cheio. Por sorte, apanhámos uma mesa que acabara de vagar.» Carlos Barbosa de Oliveira

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