POESIA DO FIM DO MUNDO
Passei todo o dia a fumar existências enroladas em papel suave.
De repente, lembrei-me do veludo das águas marinhas na praia da minha vida.
Fui vão. Pessoa nenhum fez poema algum. Eu é que faço poemas dos poemas de Pessoa.
Leio-me neles. Quanto ao mais, passaste hoje por mim e fizeste um espectáculo,
festejaste e bateste tachos a celebrar-me muito,
mas, na verdade, fora tudo a fingir.
Solidão enregelante depois! Renegares-me remoça-te, não é?
Neste mesmo dia, tudo terminava.
A tua agenda afadigada,
vire a página, imagina.
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