PARA LÁ DO LIMIAR DA INDECÊNCIA
Sentia saudade de Carvalho da Silva, ouvia-o há pouco na SIC-N,
elencando um conjunto de pontos que fazem do nosso País
social e laboralmente um local perverso e ainda mais perverso
com o que o poder político procura fazer dos mais diversos dados estatísticos
como o do desemprego, distorcendo-lhe a leitura, amputando-lhe a gravidade.
Quão certo está o dirigente sindical ao recordar que por cá não se governa
segundo o primado absoluto e fundamental das pessoas,
mas segundo o imperativo tosco e erróneo das boas estatísticas.
lkj
Ainda há um conjunto de animais mansos muito cegos da realidade no seu conjunto
que entendem que o PCP e os Sindicatos têm de ser demonizados,
são sempre o lado mau, e devem ser reduzidos às cinzas
dos seus subinteresses particularistas, incapazes aquelas reses
de reconhecer que, dada a entropia dos valores da justiça e integração sociais,
as causas antigas por liberdade e respeito por quem trabalha,
são cada vez mais actuais e vitais, esvaziadas talvez do caruncho
da velha dogmatologia marxista, mas não do seu diagnóstico essencial
da desigualdade e da injustiça praticadas, promovidas,
especialmente em Portugal, um país primário no modo
como as 'piquenas, médias e grandes empresas'
tratam os seus activos humanos, primário em como desvalorizam o trabalho
e em como primitivescamente ainda contornam a fiscalidade,
contornando-nos a todos nos deficientes equipamentos públicos,
na falta de boas escolas, de boas estradas, de eficientes hospitais.
lkj
Saudade de Carvalho da Silva, activo e inteventivo a doer, porque a verdade
é que, por exemplo, entre centenas de exemplos, situações
cheias da imoralidade e da podridão completa a que chegou a política
de políticas desumanas, agora na berlinda, tenham de nos desaparecer da frente
e de cena, tenham de parar de molestar as pessoas comuns e o façam o quanto antes:
parem de provocar a benevolência natural das nossas gentes, a sua ilimitada paciência.
Uma atitude, assim desfasada da realidade e do clamor no terreno, conforme,
mais uma vez, é esta da Ministra, porque lho mandam ou não,
roça já os limites da indecência, da mais inédita e tóxica falta de decoro.
lkj
Ora, o País não pode ser arrastado para o abismo prometido por essa facies do mal,
simbólica ou não, porque nas escolas, para os professores e para os alunos,
parece que há bem mais vida para além de simulacros [suicidários perturbatórios]
de pseudo-formas de avaliação [degradantes!, inúteis!].
ljlkj
Parafraseando Ana George, ministra da Saúde, [que parafraseou Guterres
e a sua noção fluida do PIB] sobre as dívidas totais do ministério tutelado por si:
«... É só fazer as contas.»
Comments
Já temos alternativa para irritar o Sócrates e travar certos apetites patronais...
Vai-se a ver e ainda escrevemos um blog juntos.
Sabes, eu tenho para mim que se em Portugal se fizessem reformas relativamente à forma como os empresários encaram as suas próprias empresas e os funcionários que nelas laboram, o povo ia acatar mal as alterações e faziam greve por terem regalias a mais...
Ahahah! Desculpa lá, sinto-me ácida hoje.
Mas ainda vou escrever uma posta a respeito, ah lá isso vou...