AD HOMINEM O MAIS POSSÍVEL
Foto via PPTO
[Os destaques e link subsequentes são meus]
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«Se observarmos com atenção certos políticos que exercem o poder,
verificamos que eles têm uma tendência patológica
para sobrevalorizar as suas próprias qualidades,
tendência essa que se traduz na mania das grandezas
e numa ambição pessoal desmedida.
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A megalomania – assim se designa tal tendência – conduz, regra geral,
à interpretação errónea da realidade em consequência
da susceptibilidade aguda do político, que acaba por se traduzir
numa desconfiança extrema que pode chegar ao delírio persecutório.
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Verifica-se, em suma, uma concentração patológica do político sobre si próprio,
que se caracteriza, ao mesmo tempo, por um subjectivismo delirante
e um alheamento do real. Este ensimesmamento, a que se chama autismo,
acaba por desviar o político daquilo que o senso comum considera correcto e razoável,
e leva-o mesmo a experimentar satisfação na prática de comportamentos estranhos,
em que avultam a crueldade e a dissimulação.
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Se quisermos aplicar à actualidade política portuguesa, continental e insular,
esta grelha de perturbações mentais – na qual se entrecruzam megalomania,
paranóia, autismo e perversidade – facilmente concluiremos
que não serão assim tão poucos os políticos lusitanos
cujos comportamentos paranóides os situam na antecâmara do manicómio.»
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Paranóias Políticas, Alfredo Barroso, in Sorumbático
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