SEGURO, A DIARREIA EM FORMA DE LÍDER

Não é por nada, mas parece que a moderação e o sentido construtivo de Estado que Seguro foi evidenciando nos primeiros meses de Oposição se desvaneceram ainda mais desvanecidamente, mal o Travesti Parisiense [alguém que não é inócuo no fazer política travestida de comentário da dita] regressou para o campeonato das narrativas e das falinhas mansas. Seguro vê-se entre a espada e a parede.

A parede é a fantasmagoria política que veio de Paris para marrar contra a Direita e contra essa gente que o execra visceralmente [como eu], veio vingar-se de Cavaco que se vingou dele e da deslealdade da questão estatutária dos Açores e de todas as sacanices controleiras de fascista e absolutista na governação-camuflagem de comissionismo, veio inventar que o PEC IV teria evitado a catástrofe que se nos desenha inexorável. 

A espada é a situação do País e as respectivas exigências imediatas. Estamos ou não nas vascas de uma espécie de reedição de um novo ultimato, de uma nova espécie de PEC IV, sob o cutelo de um mais que eventual 2.º Resgate?! Estamos. E então isto agora, quero dizer, isto de governar Portugal, passou a ser tão fácil, tão delicioso e desejável, tão simples de negociar com a Força de Ocupação, que até Seguro, mal seguro na liderança do seu próprio saco de gatos, deseja uma perninha no Pote?! Não. Então porquê esta conversa exasperante das Eleições Antecipadas, de Ruptura e Crise Política? Eu explico.

Sim, devido à ilusão das sondagens que dão ligeira vantagem ao PS. E, sim, por razões de insuportável pressão interna. Primeiro haviam sido os socratesianos da Bancada-Facada Parlamentar, os galambas, as isabéis-moreira, os diabo-a-quatro a picá-lo, a insultá-lo, ofendendo-o de frouxo, basta ler os valupis, prostituição seguidista e fanática. Depois, veio o Costa, ele próprio empurrado pela obscena desmesura dos socratesianos [estão em todas e não se têm]. Finalmente, sebastiânico, entre névoas, tecido de luxos e com a célebre aura tresloucada, chegou o Playboy Bancarrotista em pessoa, o insólito e inimputável parisiense, carismático como o Metralha mais velho, sempre videogénico, a mais recente espora a acicatar Seguro para o engrossar suicidário da voz: «Não contem comigo para...»

Note-se que nos valupis, nos jumentos, nas grandes páginas caras-de-pau do socratismo de papel em blogue, o grande chavão supostamente federador de um gado sempre minoritário e muito só, a Esquerda [tanta gente, tanta coisa, desavinda], é atirar-se ao Moinho de Vento da Direita. Chegados aqui, após o vinte e cinco de Abril, a nova grande esperança minoritária passou a ser uma espécie de coligação minoritária de Esquerda, coisa inaudita, inédita na Europa, fenómeno espirrado e suspirado por Daniel Oliveira e outros meros voyeurs criticistas das sucessivas governações. Claro que teremos de alterar e endurecer os processos negociais com a Troyka, mas não assim, com isolamento internacional.

Será ou seria para eles de pasmar, após eleições no imediato, um novo Governo [minoritário, seria sempre minoritário!] que nos arrancasse às garras omnipotentes dos Credores-filhos-da-puta e da máquina desalmada de empobrecer, a Troyka-puta-que-a-pariu!, esquecendo por agora os riscos de simplesmente destruir o caminho empobrecedor e paradoxalmente credibilizador do País percorrido pelo passismo capataz, e apenas para nos colocar isolados de toda a Europa Não-Intervencionada, na companhia de Cuba, da Coreia do Norte, sociedades avançadíssimas no concerto mundial. E quem, que partido, para liderar isto? Quem-Seguro, antes que avance Socratazar. Que-Partido-PS, a auto-entitulada Esquerda Moderada, coutada de parasitas, alfobre de corruptos, safra de incompetentes, mas Esquerda, Esquerda, Esquerda, [Esquerda que só é Esquerda na Oposição!] a quem todo o dolo e todo o dano são perdoados.

Mas o que é que sai da boca de Seguro? Que soluções? A diarreia de uma ambição pateta. A prisão de ventre da irresponsabilidade. Recusa um consenso com o PSD-CDS-PP no Governo-que-está, mas o óbvio é que sendo minoritário, após eleições, como Bersani, necessitaria do PSD para se aguentar. Diz que está pronto para ser governo substituindo o PSD, mas esquece que obter maioria absoluta é o cenário mais quimérico do universo, até porque a inconstância e o isolamento programático da Esquerda Radical comprimiria para abaixo de residual a soma desta com os resultados eleitorais do PS. Entender-se no futuro com o PSD e com o CDS implica não hostilizar nenhum dos dois agora.

O que faria Seguro para resolver o problema do défice adicional resultante da decisão do TC? Diz ele: «Quem criou o problema que o resolva.» Lindo! Seguro vive na creche eterna da Política, ele e o Patetíssimo Alegre e todos as velhas relíquias ronhosas, sacanas e danosas do PS. O PS criou um problema gigantesco, colossal, que se pode resumir em 100 mil milhões de dívida pública, retardou o pedido de resgate, em 2011. Quem ficou com esse problema? Nós. Todos os portugueses arrostam com a canga mortífera desse Problema, ó ToZé! Não é um Problema Caprichoso do Governo da Direita. É nosso. Eu sei, Passos, que é muito parecido contigo, passou dois anos hostilizando ostensiva e autossuficientemente o PS. Fez mal. Vais castigar o País, que não tem culpa, com um impasse mortífero? Sim, o Governo, o Governo, a Direita, a Direita. E o PS? Um partido que não se lava dos seus ladrões, dos seus corruptos, que não se limpa dos seus desonestos e parasitas, oferece o quê em que possamos confiar? Um Partido que não tem uma ideia de como resolver o problema do País, mas propõe o problema adicional de o Governo-que-está se demitir, merece o quê? Se a diarreia em forma de líder do PS quer ser Governo, mas diz que o problema é para ser resolvido pelo Governo que ele quer demitir, estamos no campo irrefragável da Imbecilidade, da Burrice e do Desastre. É que mesmo eu, que tenho como exclusivo partido Portugal, quero que todos os Partidos resolvam o que foderam, mesmo o PS. E o PS retira-me as razões para acreditar nele. Sim, teria de confiar no PS se este fosse absurdamente reeleito, desde que não comandado pelo Fascista Enrustido de Esquerda, Socratazar. Portanto, o que Seguro está a querer dizer é: sim, queremos eleições antecipadas e ser Governo Minoritário com o PCP e o BE. Não, não temos nada a aduzir ao problema nacional: quem o criou que o resolva. É isto uma alternativa a Passos? Podemos ou não podemos entregar o cargo de Primeiro-Ministro ao Pato Donald como saída mais segura que Seguro? Percebe-se com maior evidência que Relvas foi uma nulidade discursiva, política, estratégica, um zero como ministro. Um Zero! Por isso Passos arrastou-se a sós sem entretecer qualquer diálogo com as pessoas comuns, desumanizou-se, foi zombie, agente oco das inevitabilidades mais cretinas da Troyka-puta-que-a-pariu. Mostrou-se mole e frouxo lá, onde urgiria vestir-nos na pele e assumir-nos neste sofrimento horroroso, explicando pari passu com que facas nos trinchava, porquê e para quê. Mudará, finalmente? Colocará no lugar de Relvas um fazedor de política, um engendrador de esperança, um agente coesivo de um Governo fragmentado? Não sabemos. Não se pode é brincar com o ponto a que o País chegou.

Se Passos é o que é, aquém do que merecemos, Seguro é somente um bom rapaz a brincar às lideranças partidárias. Por um lado, gosto desse rapaz nos antípodas do Socratazar, o Grande Travesti do Comentário Hoje com Falinhas Mansas, Amanhã a Sufocar de Novo Tudo e Todos, na sua avidez tresloucada, Fascista que é. Ora, o bom rapaz Seguro não está à altura do Desastre Português em decurso, não está à altura do Portugal arruinado por quinze anos de socialismo rapace, seguidos de dois de socialismo experimental darwinista europeu com a nossa carne, o nosso sangue, matando-nos efectivamente, pela mão do flop passista. O bom rapaz Seguro mostra-se diarreia irresponsável e imprópria como líder.

Não há alternativa ao que está. Não há saída. Calvário por calvário, é preferível carregar com a cruz desta legislatura até ao fim. Um só Povo. Uma só cruz: risco iminente de catástrofe, quer por um 2.º Resgate quer pela evacuação do Euro. Não é tempo para o jogo pueril do empurra e do imputa, sequer da agitação estéril. Além de paciência, manha e união na hora H, também espero um milagre. Quem sabe se a Rússia não nos empresta dez mil milhões de rublos a cinquenta anos ou o Brasil vinte mil milhões de reais a cem anos, juros a 0,5%?! Somos tão simpáticos.

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