BE CONTRA O BLOCO DA TRETA

A alegoria liberal da galinha laboriosa face a todos os demais animais preguiçosos e subsídiodependentes seria muito linda se não esquecesse grotescamente que o lucro da galinha não é, nunca é, proporcional ao altíssimo grau de exploração do trabalho alheio que colher o trigo pressupõe. O Governo Sócrates depauperou e exasperou Portugal. Quando discursa, o PM dramatiza, espuma e grita, coloca as mãos crispadas em forma de garra, mas começa a pregar no deserto para um grupo de sérvulos com medo do desfavor de quem acumulou demasiado poder para ser verdade, para ser isto democracia, para ser isto transparente. Os egoísmos e as desigualdades, sob a tutela demagógica e espírito-falsária de Sócrates, tornaram-se escabrosos em Portugal. Como escreve, e muito bem, Carlos Barbosa de Oliveira: «Todos os portugueses sabem que Sócrates lhes mentiu, que tirou aos trabalhadores para dar ao grande capital, que é um mau PM, que reduziu o PS a um grupo de caniches amestrados e governa como um proto-ditador, que se abespinha quando o contrariam.» Mais que ideias, o que há a mudar é fundamentalmente as moscas, romper com o Centrão Alienado e Enganador, romper com um estilo autocrático e aldrabão de politicar, de gastar, melhorar o nível de humanidade dos líderes alcandorados à função de PM, que é medíocre e merece cartazes que o explicitem. Romper com o Medo. É necessário criar saídas de humanidade nas políticas, as ideias, a teoria política já não bastam, se afinal o que prevalece é a mesquinhez, a indiferença com a sorte das pessoas. E não há dúvida de que é em grande parte para isso que, com dez anos de vida, o Bloco de Esquerda realiza hoje e amanhã a sua VI Convenção em Lisboa, como lançamento de um ciclo eleitoral em que só pode apostar num expressivo crescimento eleitoral, quer no Parlamento Europeu, quer na Assembleia da República e mesmo nas autarquias. Seria sempre melhor objectivo é culminar este processo de conquista de influência, contribuindo para a eleição de um Presidente da República de esquerda, em 2010. A bem do pluralismo, defendo o reforço de todo o espectro político à excepção do Centrão. O PSD implode sob a covardia de ilustres que comem ou aspiram a comer da mão do Governo, basta atentar nas palavras de intercessão de Menezes para perceber outros silêncios de quem fundamentalmente abocanha. O PS vulgariza-se nas mãos de um homem muito mal formado do ponto de vista dos valores humanísticos essenciais. Sócrates tem o que há de pior e de mais eficaz no mau sentido em matéria de Demagogia Grosseira: sob a sua tutela, uma classe de intelectuais livres, boa parte dos docentes, viu-se perseguida e oprimida sem quartel nem defesa. Enquanto isso, as clientelas políticas do Governo PS ENGORDARAM à fartazana, a Despesa Pública disparou: mas nem de perto nem de longe se vê, antecipa ou prevê uma réstia de decência governamental que ponha cobro à pornografia abusiva com que o Estado cumula certos gestores públicos pagando-lhes ultra-principescamente. Quer dizer que é lícito massacrar de burocracia e de falsificações várias com a pseudo-avaliação uma massa de professores, mas não se moraliza o que paga, apesar de prejuízos de toda a sorte, esses gestores de nomeação e confiança política?! Quer dizer que não se seguirá o exemplo moralizador de Obama?! Há alguma coisa de muito errado na bazófia incompetente do PM. O Partido Comunista tem muitos defeitos, mas a gula dos ricos e a lógica estranguladora dos mais frágeis pelos detentores da riqueza parece ser ainda mais perigosa, devastadora, a causa mesma da Crise em decurso. Repito: as moscas devem mudar e seremos nós a mudá-las, lutando contra o abstencionismo irresponsável e o servilismo fácil que permitiu uma ditadura prolongada em Portugal. É preciso expor e desmascarar o Bloco de Treta, para não dizer o Bloco de Merda, do Socratismo. É tempo de pluralismo no Parlamento e que se pulverize a ideia peregrina e choramingas de Nobre Guedes quando não apenas defende essa aberração política, que é Sócrates, mas além disso entende como imprescindível a necessidade de uma maioria absoluta qualquer PSD/PS. Pensamento mais deprimente! É tudo do que não precisamos. Esmifrados, ludibriados, conscientes das Clientelas Devastadoras Amiguistas ultradanosas de Portugal, estamos já de sobejo, obrigado.