PR SUPLETIVO EM RELAÇÃO AO PM

A sofreguidão autopromotora é tal que se esbatem de todo as funções orientadoras das políticas económicas pelo PM, assumindo o próprio Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o papel norteador e directivo delas ao defender hoje a dinamização do sector exportador português, com ênfase para o papel que os emigrantes podem desempenhar na resolução das dificuldades que Portugal atravessa: "A exportação de bens e serviços por parte de Portugal é praticamente a única via que nós dispomos para conseguir combater o crescimento explosivo da dívida externa e, ao mesmo tempo, defender o emprego dos trabalhadores portugueses", defendeu. Considerando a dinamização do sector exportador como a "chave da solução", o Chefe de Estado alertou para a falta de compreensão de alguns analistas para o problema dos bancos terem "poucos fundos" para emprestar às empresas. Pois, mas não são os analistas que precisam de compreender melhor este facto preocupante. São os decisores. Obstinados e obcecados como andam ainda não compreenderam coisa nenhuma nem querem propriamente saber, se o que compreendam ou saibam estrague as frases de campanha. Embora com uma ambiguidade de quem está no mesmo barco desesperado do PM e a quem começam igualmente a faltar as ideias, dada a devastação que alastra, talvez por isso é que haja uma guerra fria e surda que opõe o PR, que é mais credível, ao PM, que não tem qualquer credibilidade nem competência, nem experiência de gestão com provas dadas, a não ser em AutoMarketing, bicho ceguetas de malhar no Parlamento com a mão na anca, hábito de subir, esgueirar, de conspirar, de intimidar na máquina partidária e nada mais. Talvez não disputem os mesmos palcos, mas disputam um território pardo de credibilidade mínima pelo qual se mantenha livre de perigo o próprio Regime. Se se mantém livre de facto, é por um cabelo: o poder executivo [Governo] interfere descaradamente no poder judicial [MP, magistraturas, polícias], o poder legislativo e fiscalizador do poder executivo [Parlamento] é capacho obedencial e acrítico do poder executivo, o qual, por sua vez superintende e tutela quase tudo o que resta em Portugal, os media, alguma bloga livre de repente sequestrada para o âmbito dos interesses manutencionistas no mesmo poder a qualquer preço, como demonstra bem o artigo de Mário Crespo de este dia no JN. Por isso mesmo é que a figura normalmente discreta e neutra do Chefe de Estado é cada vez mais convocada numa sinergia de náufrago com o Governo náufrago. Há um vazio a preencher. Um vazio clamoroso. Avança o PR. A Caixa de Pandora da confiança rarefeita nas instituições, porém, essa já está aberta e não será possível esconder por mais tempo a devastação desgraçada a que chegou a pseudo-democracia portuguesa.

Comments

Anonymous said…
Sou um cidadão anónimo deste pobre e maltratado país, mas nem por isso menos atento e interessado na coisa pública.
Vem isto a propósito do tão falado caso Freeport e das circunstancias que o rodeiam.
Tenho seguido com toda a atenção os artigos publicados nos mais variados meios de comunicação social e devo dizer que é grande a minha indignação. E não sei se maior tendo em vista o percurso comportamental errático dos intervenientes políticos, directa ou indiractamente ligados aos factos denunciados nos media, ou se é ainda maior face ao conhecimento factual da intervenção e actuação do poder judicial que, aos bochechos e a contragosto dos seus intérpretes, nos vai chegando.
E aqui cabe uma palavra de muito apreço pelo único poder que, neste caso, tem demostrado estar à altura dos acontecimentos e tem cumprido exemplarmente a sua missão de informar. Refiro-me ao poder da comunicação social e com especial destaque par a jornalista Felícia Cabrita, pela forma corajosa como soube colocar os seus deveres de profissão acima dos perigos resultantes do afrontamento do poder político, sobretudo quando a investigação é dirigida aos seus detentores que já demonstraram não gostar de ser confrontados com factos que, de alguma forma, possam colidir com as suas ambições, tanto a nível pessoal como político.
De facto, o que, neste momento, está em cima da mesa é saber se é ou não possível o escrutínio pelos cidadãos deste país dos actos e decisões do Governo e até dos outros Órgãos de Soberania. E, face ao que tem sido divulgado pelos media, tenho as maiores dúvidas que tal seja possível.O que vemos é que foi criada cirúrgicamente uma cortina de fumo com o objectivo de impedir que a verdade material dos factos seja alcançada. A não ser assim, o que se pretendeu com as várias entrevistas e comunicados em que se desdobraram os serviços da Procuradoria. À força de tanto quererem demonstrar sabe-sa lá o quê (ou talvez se saiba, colocaram uma Magistrada do Ministério Público a dar entrevistas patéticas a um meio de comunicação social com o peso das televisões, pondo em causa o prestígio das Instituições.
O que os cidadãos deste país esperam é que o Ministério Público esgote todas as suas energias na investigação discreta, segura e rigorosa dos factos que tem disponíveis (e que parece não serem assim tão dispiciendos) para um completo esclarecimento da verdade e não que se envolva num inusitado afãm mediático que em nada dignifica as Magistraturas.
Sou, como disse, um cidadadão anónimo, mas tenho direitos e um deles é que não me tomem p+or néscio. Para quê atirarem-nos com campanhas negras e desígnios ocultos. Quem não deve não teme. Quem assume (diga-se voluntáriamente) cargos políticos tem que estar preparado para se submeter em todas as circunstâncias ao ewscrutínio daqueles que os elegem e não pode querer esconder-se atrás do cargo que ocupa. Se fosse comigo e estivesse de consciência tranquila, há muito que me tinha disponibilizado a tempo inteiro e como qualquer cidadão anónimo, para colaborar com as autoridades da investigação, autorizando inlusive qualquer averiguação às minhas contas bancárias.
O que nós vemos é que foi necessária a intervenção de um jornal e de uma jornalista corajosa para ficarmos a conhecer que desde 2004 jazia nois serviços do Ministério Público um processo que continha factos devidamente documentados que apontavam para práticas graves de corrupção envolvendo vários autores, entre eles membros do poder político, o que , desde logo, parece legitmar a dúvida de que se não fosse a comunicação social ter-se atravessado jámais os cidadãos pagantes deste pobre país enxergariam fosse o que fose àcerca desse processo. Que democracia, que País, que Estado estamos a construir para deixar aos noissos filhos?
Se é este , então não tenho nenhum orgulho nele.
Francisco Lacerda Franco
O PR avança? Para onde e com QUEM?! Tomem todos lugar num A340 e pirem-se para as Caraíbas, porque prometemos não controlar o dinheiro que levarem...

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