O JORNALISMO CAPADO PORTUGUÊS
«E por cá, como é, com o Expresso, a RTP1, a SIC, o Diário de Notícias, a TSF e outros? Pior que em França. Por cá, não há uma única revista que se possa comparar à Marianne ou ao L Express, Le Point ou Le Nouvel Observateur. Nenhum jornal que tenha o prestígio de um Le Monde ou Le Figaro, ou mesmo o Libé de antanho.Os comentadores de tv e rádio, podem ver-se e ler-se depois nas colunas de ditos que os jornais publicam. Nas tv´s abundam os Bettencourt Resendes e Tozés Teixeiras, em detrimento de Pulidos Valente. No Rádio, temos o que temos, todos os dias. O paradigma é o da biógrafa do menino de ouro, Eduarda Maio. Na tv, um dos modelos que atingimos no cretinismo informativo responde pelo nome de Ricardo Costa, mas há pior, muito pior. A TVI foi capada, como tinha que ser, por frete ao sarkozeiro que por cá temos. O Público deixou de fazer mossa, quando está exangue por falta de invenção e criatividade e obstinação em receitas perdidas. A jornalista desse jornal, Leonete Botelho, com a complacência da direcção, que assina os artigos sobre estes assuntos de política caseira, nem se dá ao cuidado de disfarçar a mensagem implícia nas notícias sobre os ministros e governo em geral. Cita fontes que não indica mas poderia indicar, dá palpites que ninguém lhe pede e mostra o facciosismo do jornalismo em todo o esplendor. Exemplar. Nos jornais, vemos assim um unanimismo e conformismo aterradores quando lemos os perfis, isentos de apreciação crítica mínima e transcrevendo press-releases ou perfis da Rede, que traçaram dos ministros escolhidos pelo chefe que conseguiu o que nenhum outro logrou: aplainar vozes críticas e capar aventureiros da independência informativa. É obra e ainda por cima nem é de génio, mas apenas de medo. Medo inflingido aos borra-botas dos media que se pelam de terror de perder a vida que levam. Sabem que se os sítios onde trabalham fecharem, terão o suporte noutros lados suportados pelo Estado, directa ou indirectamente. Nos sondageiros ou marketeiros da praxe. É isto que temos e estamos pior que os franceses e italianos. Os espanhóis virão a seguir, mas não sendo abúlicos como nós, darão oportunamente o pontapé simbólico ao modelo zapatariano que por cá é exemplo.» José, Portadaloja
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