UM VÓMITO CHAMADO DIÁLOGO

Manuela Ferreira Leite lidera um partido impróprio para consumo. Nele, quase toda a gente tem as mãos manchadas de conspiratório, inclusive MFL. As lideranças prévias no partido sofreram a brutalidade dos comentadores residentes e multimediáticos, como JPP, e a conspiração tão em moda, feita da conivência entre o Poder Político e a sua Muleta Mediática avençada, venal e vendida, muleta que, como bem escreve o meu amigo João Severino, se voltou contra os cidadãos para salvaguardar os interesses dominantes, incluíndo os de essa casta de desonestos e sem escrúpulos abancados no poder político em Portugal. Entretanto, o Diálogo chegou para nos encher de asco. O Diálogo de última hora são essas mãos que se estendem agora, não para nos estrangular do mesmo unilateralismo e pensamento exclusivista, pessoalista, mas, ao que parece, para se entrelaçarem "benévolas" com as oposições e os opositores. Tempos de vómito ou não fosse isso mero tacticismo insincero e aquele discurso que a prática infirma. Na verdade, hoje as responsabildiades são amplas e repartidas entre Governo/Oposição, mas há um viscoso currículo governamental recente que fala por si. O seu lado camaleónico, da dureza grunha à flexibilidade táctica, da arrogância alarve à humildade pantomineira, é estritamente retórico porque a sua natureza profunda é consabidamente imutável: rígida, controleirista, autoritária, manipulatória, artificialista na aposta terceiro-mundista na Imagem divina do Líder. Não há diálogo profusamente disseminado nas boas intenções de o enunciar que esconda tal núcleo duro de autoritarismo e intransigência. Não há camuflagem, não há disfarce, que escondam o hipócrita profundo e profundamente ofensivo de essa nova descoberta democrática chamada Diálogo. Cá está um excelente e fecundo conceito assassinado pela retórica balofa de uma forma de fazer política pelo lado espúrio. Ninguém está a salvo do grande embuste que escorre em Portugal e o enterra de fantasia e malícia.

Comments

Anonymous said…
O Presidente da República não tem, nem pode ter, a mínima confiança na personalidade que vai ser forçado a indigitar para primeiro-ministro e, por identidade de razão, no seu Governo. Isto nunca poderá dar bom resultado.
Outra evidência é a de José Sócrates nem sequer precisar de se preocupar com o recrutamento de novos ministros. Se ganhou as eleições com a inqualificável porcaria do Governo a que presidiu durante quatro anos - e era impossível ter governado pior -, bem pode continuar a esperar que em próximas eleições as coisas se passem de igual modo, pelo que mais lhe vale não mexer na equipa vencedora…

Sócrates não só é de uma incompetência clamorosa e verbosa, como é absolutamente incapaz de qualquer espécie de boa governação. Contaminará todos os membros da sua equipa que porventura tenham a veleidade de alterar o presente estado de coisas e de tirar o País do buraco sem remédio em que os socialistas o meteram. Se não contaminar, tratará de os pôr na rua ao fim de dois ou três meses, como aconteceu com Campos e Cunha.

Com esta ou outra qualquer tropa fandanga, Portugal está condenado à demagogia e ao facilitismo, à propaganda desenfreada da acção do Governo, a catadupas de medidas avulsas e desconexas, sem fundamentos sérios, sem pertinência e sem resultados positivos, ao desagregar do pouco que ainda se mantém de pé, à ruína completa de todas as dimensões da sua vida colectiva, à descaracterização total da sua identidade e até ao risco sério do fim da sua independência.

Por tudo isso, é essencial que Manuela Ferreira Leite cumpra o seu mandato até ao fim. Para já, no ensejo da discussão do Orçamento do Estado, só ela estará em condições de traduzir politicamente e tecnicamente na Assembleia da República as objecções de fundo que o projecto de Orça- mento não deixará de suscitar. Terão necessariamente de ser do seu comando e da sua responsabilidade, como chefe do maior partido de oposição, as reacções ao documento e a demonstração dos seus erros ou dos seus vícios ocultos. E, last but not least, a preparação das bases de uma continuidade consequente do PSD na oposição. É preciso acabar depressa com o próximo Governo!

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