APEQUENAR PORTUGAL
Os telegramas divulgados pela WikiLeaks são poéticos e até épicos porque reescrevem a história sob um ângulo imprevisto ao investirem contra o espesso cinismo da cena internacional e ao exporem também entidades diplomático-políticas doentias, malsãs ou simplesmente demasiado humanas. É belo confirmar ressentimentos que mesmo norte-americanos nutrem por aqueles que não lhes compram armas, os preterem em favor de outros parceiros. Este telegrama enviado para Washington pelo ex-embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Thomas Stephenson, apequena o Ministério da Defesa português e apequena Portugal, o que levanta a questão: por que sentem grandiosos e engrandecidos os grandes? Nada que um bom torpedo pelo cu não clarificasse de vez. O lento processo de desorgulho português necessita de uma reacção exemplar: mudar de regime [um Rei que assuma a chefia de Estado como paixão e serviço, sem dolo, tudo ao contrário do absolutamente reles socratismo] reganhar orgulho, voltar a ser grandes e a funcionar como grandes.
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