UM PAÍS EMPARVESCENTE

«Os meios de comunicação social exultaram com os novos números e ficou-se com a ideia de que as coisas estavam, finalmente, a correr bem ao nível da execução orçamental. Por isso, foi com grande expectativa que muita gente esperou pelos números da DGO, que foram finalmente publicados ontem. Para confirmar que as coisas estavam mesmo a correr bem, decidi confrontar os dados da execução orçamental de Janeiro de 2011 com os dados da execução orçamental do mês de Janeiro dos anos anteriores. E qual não foi o meu espanto (ou talvez não) quando percebi que a história por detrás dos dados da DGO é bastante diferente da euforia demonstrada pelo primeiro-ministro. [...] Moral da história: a melhoria da execução orçamental foi manifestamente exagerada pelo governo. Compreende-se que o governo o tenha feito, pois luta desesperadamente pela sua sobrevivência. No entanto, lá por proclamarmos aos sete ventos que as coisas estão bem, não quer dizer que a realidade o confirme. Aliás, com execuções orçamentais assim, como é que queremos ter o benefício da dúvida dos mercados e dos nossos parceiros europeus? A verdade é que a propaganda do governo, por mais fantástica que seja, já não chega para disfarçar a verdade dos números. E, infelizmente, os números não nos são nada abonatórios.» Álvaro Santos Pereira

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