ACORDO, MAS DEVAGAR, EDUARDO

O Eduardo não pode escrever o seguinte diamante engastado em latão: «Tirando isto, cada um, em sua casa ou no seu blogue, fará o que quiser. Não deixa de ser curioso que alguns dos mais ferrenhos detractores do Acordo sejam bloggers que se distinguem pelos pontapés que todos os dias dão na gramática. O tipo de gente que começou a ler traduções de Robert Walser sem nunca ter lido João de Deus.» DL, sem ao mesmo tempo sublinhar que é precisamente no extraordinário mundo da bloga, também entre ferrenhos detractores e entre moderados, que se regista a "escrevência" mais sublime, intensa e extraordinária, só para sermos inteiramente justos, até porque muitos dos mais ferrenhos adeptos e defensores do mesmo Acordo, como a f., com aquela escrita que aspira ao SMS, não só pontapeia a Língua todos os dias como a contorce, entorta e espanca nos planos semântico, lexical e morfológico sob aplauso e com a naturalidade moderna de um aborto. Por isso, considero ser a moderação a posição sábia a marcar mesmo um entusiasta estrénuo do Acordo, como o autor do excepcional Da Literatura. E devagar, até pelas razões que defendo aqui. P.S.: A propósito, lamento a saída do João Paulo, afinal tão meu conterrâneo e contíguo quanto às leituras e ideias que sempre defendeu no blogue. E pergunto-me se poderei prosseguir lendo-o em qualquer outra parte, agora que abandona esse projecto a "quatro mãos". Toda a ventura para ele, são os meus votos.

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