ENLACE GAY E FAMÍLIA HETERO
Uma família não serve só para procriar. Dizem-no sobretudo todos quantos gostam imenso de sexo e cultivam-no para além daquele aspecto potencial. Eu sublinhá-lo-ia enquanto católico tarado pela euforia humana proporcionada pelo prazer de estar absolutamente vivo. Mas, por exemplo, as políticas de salários baixos, recibos verdes, de precariedade sistemática, de desemprego agrícola, de subsidiarismo dependentista fatal, porque destrutivo da dimensão pessoal do trabalho, políticas seguidas pelos recentes pseudo-Governos Espectaculosos de Portugal, essas políticas, sim, têm rarefeito as famílias e contaminado de esterilidade involuntária muitos casais: estímulos à natalidade por um lado, lei da selva no plano laboral, por outro, fragilização das famílias. Portanto, políticas sacanas, esbulhatórias do indivíduo no plano fiscal, mas laxas aí com a Banca, hipócritas com o tecido produtivo, tais políticas boicotam essa família de que o Papa está a falar. Já a questão do gay marriage é uma falsa questão. Todos os gays que eu conheço estão bem e recomendam-se. Uns são extremamente sádicos combinando com outros extremamente passentos, dominando-os e seviciando-os, dentro do normal consentimento, e com plena felicidade recíproca. Nunca lhes ouvi qualquer frustração pela falta de acesso ao casamento. O casamento gay teve sempre na génese não a busca de um direito, mas o direito de corroer a essência de uma moção afectivo-procriativa eternamente em crise, feita para o sublime ou para a falência. Uma criação heterossexual geradora e conservadora de biliões de vidas ao longo dos milénios. Se eu fosse gay, não seria masoquista ao ponto de sonhar casar-me, aceder a uma instituição "conservadora" e usurpar assim uma coisa nem minha nem para mim. Enquanto casado, não poderia estar melhor com aquilo que tenho: mulher e filhos. Em Portugal, a alienação da Agenda Governamental com o enlace gay envenena o ar político e insulta todas as urgências e premências sociais e económicas. Tudo está autorizado a desmoronar-se, but the show must go on.
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