NO PAIN, NO GAIN
«O momento político em que Darling abriu o jogo - a meses das eleições e com as sondagens a situarem os Trabalhistas dez pontos atrás dos Conservadores - diz tudo sobre o modo responsável de fazer política. Apesar de as eleições se aproximarem e de as decisões tomadas representarem cortes em 4 milhões de funcionários públicos e outros 10 milhões de pessoas - em que se incluem pensionistas -, o ministro inglês abraçou a bola em chamas e levou-a para o centro do debate. Não chutou para canto, não lateralizou o assunto, não culpou os céus e os malvados deuses. Não adiou, não mastigou. Engoliu em seco e pôs o dedo da ferida: quanto mais cedo baixar o défice e a dívida pública voltar para uma zona de conforto (65% do PIB), mais depressa a economia sairá do buraco. No pain, no gain: sem dor não há prosperidade, não haverá futuro. A isto se chama plano de saída para a crise, frontalidade e coragem política. Elogios que, como é evidente, Teixeira dos Santos também deve achar que merece. Afinal, ao contrário de Darling, ele tem sido um querido, não faz mal a ninguém - só ao país.» André Macedo
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Abraço do Zé