A DOMESTICAÇÃO DE PASSOS

À pala da cooperação aflitiva PS/PSD pela Salvação Nacional ou em bom rigor para limpar a enorme e falaciosa pátina de merda socialista, Passos submete-se ao sádico político dominador que mora em Sócrates. Sócrates gere politicamente a coisa pública portuguesa em detrimento precisamente da coisa pública portuguesa e em favor explícito dos desígnios de Poder que ele e a sua tribo de sugadores albergam. Não é por acaso que a Mota-Engil não perde ou vê suspensos contratos ou que a Clientela instalada nas Sinecuras do Estado não tem sido beliscada. Temos de ser nós, os empobrecidos e escarrados cidadãos comuns, a suportar a imaginação estrangulatória PS. E ontem, em pleno Parlamento, para se perceber bem como este PM, o seu SIS Privativo e os seus assessores não brincam, todo o País pôde ver como Passos foi montado. Montado como os touros testicularmente esganados do rodeo, mas sem equivalente estrebuchar. Montado sem cuspo nem aviso. Para tal bastou a Sócrates citar o célebre livro coelhino Mudar para justificar, numa conjuntura de descalabro como esta, a continuidade das obras públicas, TGV, aeroporto e auto-estradas. Passos foi, portanto, domesticado e integrado no discurso e na práxis plutocrática. Com Passos, uma mole ingenuidade mansa veio tomar o lugar da estéril e ambígua "maledicência" "caceteira", timbre da gerência anterior. "Caceteira", como lhe chamou o "insuspeito" Eduardo Pitta. De Passos outra coisa não seria de esperar senão a submissão/sujeição ao intrincado jogo de xadrez do Primadonna, do seu SIS Privativo e dispendiosos assessores duplipensantes. É enorme a habilidade política de Sócrates. Tal como a rapina. Tal como o consequente desastre económico. Tal como a consequente devastação moral. É o que dá entregar Portugal a ávidos bravios inescrupulosos. Tenham medo. Tenham muito medo.