EXCÊNTRICO PERGUNTADO

O circo pífio da comissão de inquérito ao negócio entre a PT e a TVI inclui 110 questões a colocar ao PM, uma enguia intocável que responderá por escrito, o que quer dizer basicamente que por ele responderá quer o batalhão de assessores pagos principescamente para actos de sabotagem informativa e desinformativa e usufruto de uma espécie de SIS de ridicularizar oponentes, quer o batalhão de sub-advogados pertencentes aos mega-advogados Proença de Carvalho e José Miguel Júdice. Ambíguo e passento, exibicionista e pomposo, o PSD tenta mostrar serviço com 50 perguntas. Há dois PSDs. O de Passos Coelho, que é cordato, contido e manso na contundência ao desvario despesista em vigor, e o das comissões parlamentares, que ensaia descabelar-se com a podridão hegemónica instituída pelo autoritarismo socratino, mas nunca vai suficientemente longe na aferição do descalabro ético em presença. Quando se pensava que o armistício político da semana passada, assinado com amor e sentido de submissão, implicaria que o partido autofágico se abstivesse de perguntar fosse o que fosse, o PSD faz afinal perguntas e logo cinquenta. OK. Quanto ao PS, descredibiliza-se enquanto primeira linha de defesa do seu devastador eucalipto bonsai. Sobretudo ao acusar a Oposição de estar a incluir perguntas excêntricas ao objectivo da comissão de inquérito, confundindo-a com a comissão de ética, nomeadamente no que respeita às perguntas sobre eventuais condicionamentos editoriais à linha informativa da TVI. O PS corporativizou-se. Afastou-se das pessoas. Está mais afeito às lógicas plutocráticas que à verdade democrática, mas essa venda da alma ao diabo ser-lhe-á politicamente fatal.

Comments

a.marques said…
Um insecto, um troglodita, um pavão e uma avestruz. A imagem que guardo daquelas almas engaioladas em obediência pastosa ao passarão de penas rosa.
‘Meus amigos, que desgraça nascer em Portugal.’
Boi da paciência, que sempre reencontro,
amo-te, e detesto-te até ao vómito.
Quisesse afagar-te os vis corninhos,
e ririas melífluo, como quem padece coceguinhas.
Conheço-te bem demais, engenhoso atávico ruminante.
Conheço e reconheço ‘teu minucioso e porco ritual.’
E ainda aí estás, a ti igual: Anos 0, anos 60.
Marras agora, como já antes marravas,
no tempo em que te detectaram O’Neill e Ramos Rosa.
Pronto resmungas, desmaias, fazes que desfaleces;
como em derriço; como se te sorrisse um incisivo.
Deixa-me que te diga: Com os 60, que conto, na passagem,
já não estou pra ti virado.
Mas, se é esse teu melhor gozo, envolve-me de blandícias,
revolvendo-me p’lo bandulho.
Estou farto.
Desafias-me a que nem a relance te suspeite.
Tal nojo me mete a tua baba.
Tais emboscadas tramas a poético transporte, meu tesouro.
Cerre os dentes firme, Cego A Alta Luz.
Que aspiras ’inda, mansarrão?
Abre os olhos e vê:
Esses não são já os melhores dias.
Ateimas ’inda?
Continuas, boi boizinho?
Pertinaz aderente,
sei que só sumirás quando, por minha vez, me der o fora.
Espera sentado,
que vou ali, e já venho.
(...)
Jardins de água e flores,
onde retine chilreio a múltiplas avezinhas.
A vendedora das ditas canoras diminutas criaturas
achou assim maneira de embora ainda aqui
emigrar de vez.
Tal fuga lhe admiro, sempre que lá passo
apressando a redutora sequência
dos sincopados segundos.
E se com ela estabelecesse sociedade?
Que um outro poeta
aceite a sugestão.
‘Mas onde, aonde, essa Lua, essa Estrela, essa Chymera?’
Simplesmente:
Passando a esquina, depois um arco, ao CCB, Loja 6.
Lusitano said…
Caro
Joaquim,
Claro que isto ainda é pior que um circo (aliás, o circo é uma actividade muito nobre, infelizmente muito desprezada neste país), isto é uma tragicomédia representada por putos da 2ª classe, nunca irá dar em nada, isto apenas serve para ir desviando as atenções do pessoal enquanto barco se afunda, é assim, a modos como aquela orquestra que tocava enquanto o Titanic se afundava.
Todas estas tretas, quando muito, servem para a blogoesfera andar entretida e nós andarmos a fazer a nossa catarse diária.
Já nem alegrar a a malta conseguem.
Um abraço.

Cumprimentos.
radical livre said…
estudos científicos realizados há uns anos em França mostraram que o QI dos filhos dos emigrantes portugueses era idêntico aos filhos dos emigrantes africanos.

Stefan Zweig fez o 12º ano em Viena na década de 1890

o piésse é uma maravilha.

a dívida externa, que aumenta cada segundo, foi contraída por umas agências capitalistas que andam por aí a ladrar

Popular Posts