O MÉRITO E A CUNHA
Mourinho triunfa. Interessa compreender por que não o fazemos todos ou enquanto um Todo. Há muito que a sociedade portuguesa pode queixar-se da cunha como forma de vida de tal modo generalizada que os melhores evadem-se, auto-exilando-se disto. No País, o mérito é contraditado todos os dias por uma organização baseada no amor da incompetência e na paixão da estupidez. A Estupidez e a Incompetência são, na verdade, veneradas em Portugal. A velha ambição e a célebre virilidade dos Descobrimentos jazem como que adormecidas. Onde estaríamos nós, enquanto Povo, se fôssemos, em todas as coisas essenciais, como Mourinho? Ousados, focados, autónomos, ambiciosos, provocadores, excelentes. PS, PSD, PP, e demais partidos do espectro partidocrata decadente, ou liquidam essa lógica vampírica, clientelar, favoritista, assim que se apanham nas Autarquias ou se vêem agregados ao Executivo governamental, ou então continuaremos a perecer numa morte dolorosa e lenta. A agonia já começou. Faça-se do mérito, aferido seriamente, a regra de ouro do século XXI português ou então decrete-se, de uma vez por todas, que não temos qualquer futuro.
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a amais velha instituição nacional
«quem não tem padrinhos morre mouro»