DA ESPESSA VENALIDADE
São umas atrás das outras. Veja-se isto para que JM Ferreira de Almeida chama a atenção: «Um deputado, até há pouco tempo responsável pela federação de Coimbra do PS, veio dizer a quem o quis ouvir que o chefe de gabinete do secretário-geral do PS lhe propôs um cargo numa empresa pública em troca da renúncia à sua recandidatura à federação. É verdade que o deputado só veio denunciar a generosa oferta do seu camarada após ter perdido as eleições. Não foi bonito. Mas menos bonito foi ver o secretário-geral do PS e PM de Portugal justificar mais esta triste estória com o despeito do deputado. Percebe-se que arquivou o assunto, apesar de se tratar de clara e manifesta denúncia, ainda para mais pública, de uma conduta política, ética, moral e, quiçá, juridicamente reprovável de um seu colaborador muito próximo. Vem-nos nestas ocasiões à lembrança que o País gastou rios de dinheiro a investigar se era verdade ou não que os árbitros de futebol aferiam a sua acuidade visual por fruta, café com leite ou miniaturas douradas de apitos. Já este caso de alegada colocação à venda de um cargo de nomeação governamental por um alto dirigente partidário parece não merecer qualquer atenção. O drama do orçamento encarregar-se-à, com grande probabilidade, de obnubilar quer a denúncia do deputado, quer o grave desprezo do PM pelo caso. O mesmo PM que há dias exaltava os valores éticos do republicanismo, apesar de tudo isto ter que ver com a situação a que chegámos e para a qual não há orçamento que seja panaceia.»
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Ass.: Besta Imunda