ALDA TELLES TELLS US A TOY STORY
Eu estou estupefacto, Alda. Se é certo que o ódio contra Sócrates grassa em labaredas difíceis de conter, abarcando uma enorme maioria transversal à nossa sociedade, foi ele o incendiário contumaz, foi ele a altivez ufana, foi ele o desprezivo actor do logro quotidiano, do ludíbrio massificado, da manipulação grosseira, absurda e fracturante, pejando o nosso caminho com todos os espinhos e com todas as mentiras imagináveis e inimagináveis. Os que, como tu, neste artigo, vêm contar historinhas da carochina para, com um desvio de 180º lhe respaldarem as responsabilidades e lhe santificarem o trajecto, minimizando o peso de tão grosseiras malfeitorias contra o nosso estado geral, funcionam como meros coadjuvantes do referido pirómano político. Por mim, o escândalo torpe que o socratismo constitui, a vergonha funda que encerra, a imoralidade desleal de que está prenhe, terão de ser removidos pela raiz e um País a sério, bem informado e bem lúcido, sem quaisquer medos, fá-lo-ia remetendo esse partido daninho a uns (in)expressivos 10 ou 11%. Outros interlocutores eleitos, quaisquer eles sejam, hão-de respeitar-nos e escutar-nos a sério, hão-de ser absolutamente mais transparentes e leais para connosco. E é esse, dia cinco, o grande começo de conversa para o que de terrível e socialmente convulsivo possa vir. Afinal, a tarefa de compor os cacos do Estado Português nunca poderia caber ao desastrado elefante político que se nos insinuou, tirânica e absolutisticamente, nos últimos seis anos perdidos.
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