BOLIQUEIME E A RAPACIDADE SOCRATESIANA


Caro Sérgio, isso parece-me razoável, mas bastante ingénuo. Estar de férias já não quer dizer nada, não desactiva ninguém, muito menos o boliqueimeano, bastante rendido ao Twitter, ao Facebook e a deixar-nos a maior parte do tempo indefesos perante este PS, Orca predadora de interesses-foca inteiramente alheios às praias miserandas de Portugal. Isto não é propriamente uns acessores presidenciais paranóicos a ditar uma agenda política de motu proprio ou a expender queixinhas com a gravidade que se percebe a milhas. Já Pinto Monteiro sinalizara outro tanto em 2007. O PGR não parece paranóico. O PGR é até bastante amiguinho e grato ao Ainda-Poder Socialista. Portanto, parece que todo o problema é algo mais. Dir-se-ia que o imenso poder acumulado pessoalmente por Sócrates e pelo seu partido está, nesta fase, a colapsar sobre si e a ser o pior dos ónus possíveis, para não dizer o pior dos pesadelos. Quando pensou que o controlo sobre tudo o que mexesse e os estados gerais de intimidação lhe garantiriam continuidade sovietizante, a coisa sai-lhe ao contrário, General Inverno na Rússia estalineana. Se tivesse sido menos ávido [nunca foi senão sôfrego e rapace!] talvez pudesse culminar essa colecção de recursos de poder num segundo, cruz-credo!, take. Não. Acumulou todo o capital de poder no imediato, respaldou-se nos Empórios. Tal controlo esmagador faz franzir o sobrolho nacional e deixa de pé-atrás o português mais avisado. E, Sérgio, essa tua conversa do «Estado de Direito Democrático» também desencadeia um largo sorriso nesses que assistem, mais ou menos impávidos, ao Estado de Torto Oligopolistico-Cleptocrático grassando como um fogo, levando tudo à frente, numa sofreguidão inimaginável tão egoísta e tão corrupta que remete Portugal aos Quintos dos Infernos, bem longe do bem-estar e do crescimento médios europeus. Boliqueime está em linha, Sérgio!

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