MONO PROMULGA TRAMBOLHO

Em certo sentido, as distorções do Regime e os sinais da sua decadência passam por promulgações como esta, esquecendo de que perversidades se fez esta Avaliação-trambolho, que feridas abriu e que princípios de injustiça, caciquismo e destruição anímica estão lançados no terreno da Escola Pública. A avaliação como um instrumento de Poder, de Submissão, de Mercenarismo não é propriamente avaliação, mas o infligir de danos colaterais deliberados ao Sistema a fim de o estrangular mais perfeitamente e mais perfeitamente exercer um controlo crasso sobre espíritos livres. O Medo e a Insegurança no Trabalho são um tóxico moderno a levar às últimas consequências. Não é por acaso que as nomeações políticas na Administração Pública não estão sujeitas a tal matadouro-avaliação nem à humilhação das quotas nem a coisa nenhuma. É uma passerelle. É sempre a andar. A Política Socialista vendeu a treta da avaliação aos docentes e o SIADAP, enquanto garantia, mais além e mais a fundo, os seus próprios privilégios clientelares. A Aristocracia Socialista de sangue azul leva a parte de leão do Estado. Saque é saque. É-lhe indiferente que o anátema, a desqualificação e a dissolução impendam sobre a Escola Pública, com rarefacção e desmobilização intensa de docentes pelos próximos anos. Para a Aristocracia Socialista é bom que os plebeus funcionários públicos em geral se percam em conflitos por migalhas, que enlouqueçam, explorados e sob o desprezo e suspeição públicos e publicitados. A classe aristocrática política socialista está garantida e toma uma parte ainda maior do bolo subtraída à grande massa anónima de funcionários. Crime. Esbulho. Distorção. Avaliação simplificada que Cavaco ousa promulgar pró-formisticamente: «O Presidente da República, Cavaco Silva, promulgou o diploma que estabelece a manutenção do regime simplificado da avaliação de desempenho dos professores no próximo ano lectivo, anunciou hoje o Ministério da Educação (ME).»

Comments

João Renato said…
Caro Joshua,
Estou devolvendo a visita, e voltarei sempre para me inteirar da política em Portugal.
É interessante que bastaria trocar os nomes dos políticos e dos partidos daí pelos do Brasil, e muitas das suas análises e críticas também caberiam perfeitamente.
Um abraço,
João Renato
JotaB said…
Os PROFESSORES, depois de ajudarem à derrota do josé de sousa, não deixarão de fazer o mesmo com o aníbal de Boliqueime!
Os PROFESSORES conhecem bem este cavalheiro, pelo que se lembrarão dele na altura própria.

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