SOARES E A SOBRANCERIA MARIALVA

Reapareceu finalmente a partir do Porto, Paulo Rangel, no Frente-a-Frente de Mário Crespo, com Luís Fazenda. E foi brilhante quando se lhe colocou desmontar o ponto dois, hoje no DN, do artigo de Soares. Paulo Rangel apontou a atitude de sobranceria subalternizadora para com MFL como outrora para com Nicole Fontaine, a quem Soares não teve problemas em chamar "dona de casa" no sentido pejorativo e indelicado do termo, quando com ela concorreu, e perdeu!, à Presidência do Parlamento Europeu. Rangel coroou a sua análise aos pressupostos do artigo soaresiano sobre a entrevista de Judite de Sousa a MFL com a expressão "sobranceria marialva". É essa atitude de Soares indício de derrota e desorientação. Na verdade, não encontramos em MFL o político entertainment socratinesco dos passes espectaculosos de retórica-telepontística, mas pífios dissolvendo-se no esquecimento e na mais deplorável inverificabilidade. Não se descortina nela o político entertainer que empurra a Realidade com a barriga e engana a Hora com pirotecnia discursiva promitente, aspectos que Soares, o verdadeiro Marajá-mor de toda uma tribo facciosa de Marajás, e mesmo Luís Fazenda, desejariam porventura encontrar. O primeiro apanha com a sobriedade comedida que se impõe a um País Enganado. O segundo deverá reconhecer que o lado simultaneamente elusivo e totalitário da Legislatura moribunda socratesiana merece uma honesta e higiénica separação de águas.

Comments

João Martins said…
Desconheço o contexto do suposto insulto a Nicole Fontaine, mas parece-me ridículo que Soares se pusesse a jeito para ser apelidado de "machista". Julgo que sou insuspeito para falar, uma vez que nunca votei nele e desgosto particularmente dos jogos de bastidores em que educou o PS e boa parte do país. No entanto, será justo dizer que Soares bate em eloquência e arrojo qualquer líder do PSD - quer os mais plastificados, quer os mais conservadores. Custuma dizer-se "quem não aguenta bebe leite" :). A maior qualidade de MFL, e para todos os efeitos também a de Cavaco, é de serem discretos. Não é a competência, não é a seriedade, não é o espírito destemido ou a inteligência, mas sim a descrição. E como tudo indica, as suas vitórias derivam, não das suas qualidades intrinsecas, mas sobretudo do cansaço que os portugueses às vezes sentem de ouvirem tão poucas ideias em tantas palavras. Todos já lá estiveram, já os conheço... e não me esqueço com facilidade.
Soares o parlapatão tem sempre argumento mesmo quando descamba nisso ele é profundamente demoníaco ou seja maçónico emprenhador de consciências.
Manuela Ferreira Leite que faz quanto pode por ser séria neste país de «corruptores» e não esqueço um consagrado escritor de nome Cardoso Pires que post 25 do de 74 Abril se orgulhou de obstinadamente ter por fito corromper -- que mais queres que te diga, Joaquim Carlos, da portuguesa desgraça?
Que paradoxalmente em Paris somos vistos como «excelentes trabalhadores» e que na generalidade da França, proverbialmente, «le portugué é toujour gué!»
Valha-nos São Nuno de Santa Maria, cristãos amigos!

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