MARIQUICES DO PODER SOCRATESCO
Este texto abelhudo do fabuloso, mas deslumbrado Eduardo Pitta carece de duas demão: O XVII Governo Constitucional pôs a salvo os famosos “direitos adquiridos” dos políticos do Regime, aprofundando-os e associando-os aos Potentados Económicos, ultrafavorecidos e ajudados com contrapartidas deliciosas e suculentos prémios de serviço com dinheiros públicos. Eis o sentido de justiça do XVII Governo Constitucional. Tudo para os Fortes. Menos que Nada para os Fracos. O desemprego estratégico dos pequenos e fracos foi uma arma natural neste PS Socratesiano. Arma de chantagem. Arma de amouchar pequenos opositores levantadiços, a quem a retórica socratesiana chamou de "parasitas", "preguiçosos", "maus". Na Administração Pública, concretamente, com nomeações políticas isentas de avaliação e com os Sessenta Observatórios e Fundações para onde se metem os Amigos a coçar a micose e a cruzar as pernas e por onde se escoam sem explicações milhões e milhões de euros de dinheiros públicos nunca se foi tão longe como com este Executivo executor e guilhotinador das mais variadas formas de oposição. Atacou os chamados corpos especiais (magistrados, professores, médicos, diplomatas, militares, polícias, etc.) que têm tabelas salariais próprias, como deve ser, mas viviam há 30 anos com autonomia em relação ao esbulho abusivo presente. Hoje como lhes mexeram nos bolsos, mexeram-lhe na moral. Até Março de 2005, nenhum primeiro-ministro questionara o “arranjo” corrupto entre os políticos e os negócios. Ao contrário, José Sócrates aperfeiçoou e exemplificou a promiscuidade, dando a conhecer ao país um quadro comportamental que permitia violações gritantes Nova Alcântara, Cova da Beira, Casas da Guarda, Freeport. E não hesitou. Acabaram as subvenções vitalícias dos deputados, concedidas ao fim de doze anos, por isso era pegar ou largar quanto a negócios chorudos no tempo corrente. Nenhum autarca pode agora cumprir mais de três mandatos consecutivos, mas isso é só lá mais para 2013, se for. A progressão salarial dos professores passou a depender de quotas e de avaliação prévia desde que muito obedientes e submissos ao poder político e discricionário do bem pago Director e metidos a medo diante de Pais e Alunos, reduzidos à mais canina irrelevância domesticada e açaimada. A acumulação de pensões de reforma com o exercício de cargos públicos deixou de ser possível, mas sempre se soube e saberá contornar estas coisas porque quem já acumula continuará a acumular e não faltam exemplos. As férias judiciais encolheram, mas os resultados justiciários pioraram, sendo que os Políticos que encolheram as férias judiciais também enveredaram por pressões indevidas em causas mediática e substantivamente embaraçosas para si. Os "generosos" subsistemas de saúde das magistraturas, das forças armadas e das polícias foram subsumidos pela ADSE e a desmotivação e sensação de desapoio varam profissionais que deveriam sentir-se orgulhosos e com brio todos os dias, agora mais pobres e inseguros. Os aposentados da função pública viram aumentar o IRS e passaram a descontar para a ADSE, sustentando ainda pior os filhos e filhas desempregados e regredindo no seu já deficitário nível de vida anti-europeu e pró-africano. O regime de aposentação entre público e privado tem sido progressivamente equiparado sem qualquer impacto na moralização, motivação, produtividade de um Povo que ganha uma miséria e desconta uma fortuna, mesmo na Função Pública Fortemente Politizada, isto é, capturada pelo Poder que está e a colonizou. Na saúde, a rede de cuidados continuados é uma realidade, mas no Interior não vale a pena viver sem expectativas de saúde e por isso o abandono e a desertificação aumentam ainda mais e, por vezes, a vítima de um crime de violação espera doze horas para ser periciada, pelo vergonhoso espectáculo de falta de pessoal. José Sócrates mudou mais em quatro anos do que alguém julgou possível, que é como quem diz, distorceu e oprimiu o lado errado da questão das reformas e dos ónus sobre o Estado, basta ver que a Despesa Explodiu, apesar de tanto corte e limitação salarial. Por vontade de submeter e dominar as pessoas comuns pelo pavor? Obviamente. Para tornar o país mais desnivelado e as clientelas e os vícios da Alta Administração Pública intocados, para permitir as Luvas ao mais Alto Nível, mais roubos qualificados ao Estado e a frio, as offshores de Smith e do Primo, para salvar as costas dos banqueiros devoristas do BPNs, as Suculentas Tranches nos Negócios de Milhões de que ninguém sabe e ninguém vê, para financiar ainda melhor o Poder do seu Sistema de Jogo Político? Certamente que sim. Teria sido infinitamente mais difícil importunar os verdadeiros marajás da Corrupção: Políticos, Potentados, Empórios, Poderes, gente que Sócrates bem conhece e muito respeita, pois foi para eles, esses nababos, e em favor deles que actuou, empobrecendo e desempregando uma massa esmagadora de plebeus insignificantes.
Comments
Temos que o integrar na Plataforma de Intervenção Civica. As suas análises e observações encaixam perfeitamente no nosso sentir.
Terá de ser gente esclarecida e capaz, a dar o contributo decisivo para se poder alterar o rumo deste País.
Dia 12 terá de ser um dia histórico. Ninguem poderá faltar á manifestação que ás 15h se irá realizar frente á Assembleia da Republica. TODOS os que abominamos esta gente sem vergonha, que se acoita junto desse psicopata de nome socrates, irá sentir bem alto e bem vivo o repudio que sentimos por eles.
Se estiver de acordo com o que se expressa no Blogue desta Plataforma
http://plataformaintervencaocivica.blogspot.com, e se estiver de acordo com esta luta final sobre esta gente desqualificada, tente apoiar esta iniciativa através deste seu excelente blogue.
O País irá reconhecer o nosso esforço. Obrigado Joshua
É engraçado como alguém com quem até partilho muitas ideias (descobri o seu site por altura da ultima ofensiva de Israel sobre Gaza) pode ter uma posição diametralmente oposta sobre o grosso daquilo que considero terem sido os melhores aspectos deste governo PS, nomeadamente no que se refere à desconstrução de atavismos corporativistas e à necessária reformulação do sistema retributivo (e complementar) dos funcionários do Estado.
Parece-me paradoxal que alguem que se afirma "manso, amoroso e humano" opte por uma linguagem agressiva, insultuosa, eivada de uma raiva cega que, bem temo, lhe tolde o espírito e a razão. É inegável - e óbvio (pois se trata de uma c onstrução humana) - que este governo falhou em muitos aspectos, principalmente no que toca à implementação. Mas ninguem de boa fé pode, julgo eu, negar a importância de reformas como (já que é isso que o parece preocupar) a da Segurança Social.
Mas enfim... é fácil ver que não aceitará quaisquer argumentos. Também não o quero "evangelizar" repare. Considere mais isto como um desabafo. É que este tipo e este estilo de prosa (cada vez mais raro, felizmente - e ultimamente a recrudescer para o remoer ad nauseam dos mesmos topicos e causas) continua a grassar em alguns blogs. E não me parece que contribua grandemente para o estado das coisas.
Cumprimentos
Se não conseguir, continuará a atribuir as culpas ao Sócrates?
Veremos pois se é um injustiçado ou um incapaz.
Para ele (Joshua) a sorte grande será a vitória do PS, não perde o tema principal, dizer mal do Governo, e insistirá no seu papel de coitadinho!