A INTENTONA PÍFIA

Quando a barricada de avençados do socratismo se atira a Cavaco, revela de novo a sua face medonha. Cavaco é culpado da bancarrota apenas por medrosa conivência com o baixo nível moral dos socialistas proprietários do decrépito Regime. Já a gente perigosa do primeiro-ministro perigoso é culpada em toda a linha de castrar a sociedade civil, deixar à subjectividade de um alucinado o que caberia a um colégio de sábios sem agenda política, livres e competentes. Culpada de esgotar a nossa paciência, errando e massacrando o País, perdurando à tona-podridão, durando com uma pata sobre o pescoço delgado da Justiça e outra sobre os microcolhões-castrados dos media, de erro em erro, de abuso em abuso. Soa, por isso, a humor amarelo voltar Fernanda Câncio a falar da pífia «intentona das escutas» quando intentona só há uma. A socratista contra Portugal. Minuto a minuto e é uma avalancha negra. Intentona feita da reincidência nos pareceres de encher bandulhos a consultores externos ao Estado. Intentona na manutenção de essa legião de gestores político-partidários a onerar as EPs. Nunca a ladroagem foi tão descarada, tão resiliente à crítica e à denúncia, tão incapaz de pudor, enquanto grosseiramente reitera a sua hybris-ὕϐρις, horrenda insolência, maligna arrogância. A ladroagem instalada tem tido sorte com o condescendente cristianismo bovino e frouxo dos portugueses. Mas, como escrevia Eurípides, «Aquele a quem os deuses querem destruir, primeiro deixam-no louco.» Louco como povo. Louco como sociopata da decisão nefasta.

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