PERDOEMOS A OBAMA

Ontem, mais uma vez, Sócrates pôde respirar e passar por entre os pingos da chuva. No plano internacional ninguém o conhece. A glória efémera de ser elogiado pelo ignorante e circunstancial Obama pela forma como, imagine-se!, «tem lutado pela estabilidade da economia Portuguesa» vale como um elogio ao sentido cívico e humanista do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, riquíssimo e igualmente resistente como indiscutível timoneiro rapace do seu povo. O presidente norte-americano ignora quem seja Sócrates, condescendamos. As aparências contam muito e calam fundo nos homens de papel. Apesar de tantos pontapés na gramática da boa e frugal governança, tantos insultos à nossa inteligência, tanta rasura da democracia, podridão praticada e insistida, Sócrates, o Primadonna fatela ainda lá está, gozando com o pagode, numa sobrevivência escarninha, infecta. Atropelou, atropela e atropelará tudo e todos porque só a pontapé sairá quem chuta para canto o País a fim de, precisamente, durar, sobreviver para além das evidências de devastação que lega. Durará, perdurará, portanto, chantagisticamente, em todas as coisas como é seu timbre. Nem mesmo o PS de Amado e de outros emitentes soaristas de estados de alma, se bem que a medo, o farão retirar-se dignamente para o hospício de onde nunca deveria ter fugido. Dêem-lhe cimeiras. Dêem-lhe poses. Ofereçam-lhe casiões para esgares e acenos para a fotografia. Temos ali o grande anti-mourinho da política, repleto do prestígio fátuo dos grandes rufiões.

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