QUINCUNCE
Michelangelo pintou-o, tormento do eremita Antão. Tentado e atormentado, levitava em castidade hercúlea, santidade insuperada, impassível, robusta, enquanto tudo à volta jazia infecto, putrefacto, corrupto. Antão flutua. Leve. Livre, como a Esperança, devir sereno, posta na paisagem e no tempo. Antão sabe que é de Cristo. Os portugueses ou são de Cristo ou serão esterco, poalha dissipada para nada. Vem a nós, Quinto Império, desidério brasileiro de Agostinho após Vieira: e luza, enfim, a lusa chave feliz de ser cada qual feliz porque livre do comprar e do vender, sem crédito nem credor. O que é dado em coração reverbera música de riso menino, paraíso aqui, paraíso já. E agora? Quincunce das Cinco Chagas na bandeira portuga, vem a nós em carne e osso, Império Quinto, eterna glória!
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as suas tentações são as da condição humana resumidas nos 10 Mandamentos.