DE LIBOR LIBERA NOS, DOMINE

Assunto do momento com impacto global tem a ver com as para já sigilosas investigações sobre a tentativa de influenciar o índice da London Interbank Offered, ou a já célebre LIBOR, mas também outras taxas globais que suportam centenas de trilhões de dólares diariamente movimentados. É rumor que delas poderão resultar acusações criminais concretas. Um dos meios de prova serão os e-mails trocados entre um grupo de traders. Talvez dentro em breve seja possível ter uma visão esquemática e completa de como foi possível conspirar para ganhar dinheiro à custa da manipulação as referidas taxas. Sob investigação estarão mais de doze funcionários, actuais ou antigos, de vários grandes bancos: Barclays Plc, UBS e o Citigroup. A muralha do negócio foi rompida quando o Barclays assinou uma espécie de acordo de não-acusação com os promotores norte-americanos, obtendo uma espécie de garantia de contenção de danos numa investigação que envolve também as actividades dos empregados do HSBC, Deutsche Bank e outros grandes credores. Quando o presidente-executivo do Barclays, Bob Diamond, anunciou a sua demissão do banco do Reino Unido, abriu-se mais uma Caixa de Pandora, dadas as revelações, graves o suficiente para levantar dúvidas sobre a integridade da LIBOR, taxa que serve de referência na definição de preços para empréstimos, hipotecas e contratos de derivados. Se rolarem cabeças, elas serão tanto mais pequenas quanto possível. O costume. Este mundo pertence aos CEO, demissionários, pré-demissionários, ou não, e às suas baterias de advogados, excepto Madoff, já que, desde 2008, não se conhece quem mais, do topo, tenha pago pelas respectivas malfeitorias, prémios indevidos, escalada pelo acréscimo escandaloso da prosperidade pessoal, enquanto em torno tudo colapsava fragorosamente. Eis uma matéria que valerá a pena acompanhar.

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